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Monthly Archive for February, 2014

o ópio

  só a flor exata me sacia o olfato e a falta desse cheiro é tão macia como um travesseiro que me mata por asfixia      

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o poço

  não posso dar nome ao troço que entorna  e não míngua não há espaço pra escrita entre a fome e a saliva que pinga não cabe um traço entre o que sabe a carne viva e a forma estrita da língua        

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a réstia

  a lua procura uma fresta estreita na janela   e ali se deita amarela como a noite escura de quem vela            

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a palavra

  manifesto mudo : se eu pudesse dizer tudo seria um gesto            

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a funcionária

  não sou poeta bissexta bato ponto boto pingo nos is da poesia todo santo dia de sábado a sexta feira feriado no domingo não me comprometo viro pro lado inspiro e tiro um soneto      

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a aurora

  o dia nasce tão lindo e quase ninguém vê tudo dormindo em breu só eu desperto e você nós a só(i)s ligados no espaço aberto por um segundo e depois como se os dois lados do mundo fossem perto      

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