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Category Archive for 'Uncategorized'

a goela

, a folha em branco é um livro com nada escrito , um buraco negro engolindo a palavra grito

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a maga

a bruxa não deixa brechas o que sabre fecha o que mira flecha o que puxa dobra o que almeja obra o que abraca dabra o que abjura racha o que obscura acha o que beija abraxas

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a canoa

amaremoto amar é manso mas temo remo sem rota ~ remanso remoto onda onde morta balanço ~ o mar é fêmea o mar é sêmen de númen sumo de nuvem ~ suco de súcubo sal sob o qual sucumbo

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a violeta

nesse dia da mulher em plena guerra não tô de prosa vê se me erra ! nem vem de rosa porque eu tô flicts ; se bem-me-quer faz um favor : não mande flor manda um pix .

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a mão

o sentido da vida é um só: de ida .

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a persona

todo esperto quando enrica tem uma pessoa jurídica moça boa despachada muito tino pouca ética e um nome de fachada aposta em ação de risco mas do fisco ela não gosta rica porém não é pura prefere uma dita dura mas jura não faz por mal faço tudo por meu bem no fundo ela só […]

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o fiasco

a avenida sem o povo é uma trincheira vazia nada novo: contra a morte só quem pode é a vida e a terceira não há via

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a soberba

(apupo a borba gato) esta tua figura não tem estatura para estar tão alta esta tua empáfia não tem carnadura para ser tão fátua está tudo torto nesta pobre pátria reina a tua máfia estás tu já morto resta então à história queimar tua estátua

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a eremita

na vastidão dos dias dessa pena que pesa sobre a cena coletiva eu durmo muito e penso amiúde enquanto espero e permaneço viva vontade de sair quase não tenho se o tédio vem, eu mesma me distraio escrevo um poeminha bem sucinto me dá uma lombra, aí é que eu não saio convivo até que […]

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a deusa

eu crio deus à minha imagem e semelhança : um deus que dança pra que ele possa criar a mim desde criança até meu fim . e o meio : deus esquisito de um mundo bonito num tempo feio .

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o bota-fora

minha alma tá em brasa aglomerada na esquina a carcaça fica em casa à espera da vacina / confinada entre paredes \ espalhado pelas redes o recado é muito claro : broncossauro genocida o brasil prefere a vida , cada filha cada filho da pátria merece auxílio  digno, ou vai ter luta , fora seus […]

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o véu

nu vens nu vais , a vida em teu corpo humano  é um pano , a roupa puída da festa que resta estendida nos varais .

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oco elho

deus nas ceu de n  ovo . fica  em pás coa sua c onsciência  meu p ovo .  amém o-nos un  s aos out ros . oh sen  hor dai-me a santa pá  ciência  . díz imo é  meuz ovo .

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(n)evergreen

aviso aos navegantes:nada será como antesnessa nossa jornada sob o solsobre o solo,no seiodos lares no leito dos mares,um navio encalhado no meio do canal de suez como um istmo /nada igualneste mundoe o abismo|cada vezmais fundo

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o dia após

na pós-demia a gente se vêna pós-demia a gente viaja na pós-demia a gente vaià academia na pós-demia a gente se tocaa gente se pegaa gente se entregaà orgia  na pós-demia a gente se esfregaa gente aglomera na praça e se abraçatodo dia na pós-demia vai ter natalvai ter páscoa e carnaval são joão e coroaçãode maria […]

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a nova

um amigo pedeum poema novoeu digo agora não sei se consigo só vejo esse povotensoem luto desvivendo um tempo em suspenso pênsil . tem hora que pede um minuto de silêncio

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o despertador

lá onde o tempo começa  nenhuma lembrança do mal nem promessa de um bem é bom ; só o somdo solme atravessa  como um trem .

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a cã

envelheço : com a idade tudo muda de figura , a linha da vida da mão que me inscreve , que me costura em mim ; em minha lembrança recém-nascida sou criança , me esqueço que a juventude é breve a velhice dura – até o fim .

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amar morta

bom dia meu mundo hoje é o trocentésimo enésimo segundo dia da marmota , permaneço ilesa sem passar da porta , mais um dia presa , cada vez mais morta .

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o brother

o capital estrangeiro ama o povo brasileiro , nosso solo nosso clima samba suor e cerveja , e pra mostrar sua estima nos corteja como um lorde : não ford nem sai de cima .

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dia dos santos ex

eis que é reis o que quereis ? receio que por aqui quiçá não mais reinareis , rei que erra reitera rei que perde a majestade rei que ruge rei covarde rei de roma rei que arma rei de espadas de facadas rei que uiva rei que ladra cedo ou tarde cai no sono perde […]

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a revolução

ai quem me dera encarnar na quimera de aquário , monstro auto-imaginário besta-fera do ar tifício , mulher de areia respira água e toma fogo na veia , mata o rei e vira o jogo , nasce feia como é feio todo início e morre linda , como a tarde quando finda , como o […]

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a petúnia

dias duros de plutônio minério bruto estrela fria , pandemia do demônio pandemônio do juízo paraíso da pluto cracia , purgatório da história crematório da ciência pandemência coletiva , terra plana da falácia à margem flácida do asfalto , faca cega da calúnia abrindo o ato do palhaço no palácio do planalto . e o […]

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a bacanal

os indecentes do leblon que quadro lindo belos rostos sorridentes cuspindo seus perdigotos sobre o garçom . caras barbudas desnudas na pista caras-pálidas peludas peladas pelas calçadas beldades des-mascaradas faces nuas em sua maldade egoísta . gente esquisita povo do mal moderno que fervilha pelas ruas mais bonitas da cidade maravilha sucursal do inferno . […]

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a posse

a arca não é de noé , é de cada bicho um pouco ; o mar é de cada peixe , a nau é de cada louco ; o mundo não é dos eua , a lua não é da nasa , a nave é de cada e.t. que telefona pra casa ; o brasil […]

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o éter

penso que o invisível é denso e flexível  como uma rolha . que o vazio é imenso como é vasto o verso de uma folha . que o universo é vivo como é viva a bolha quando explode . li que a terra é oca como o céu da boca é lindo quando morde . […]

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o credo

, desconfio de quem sabe traz certezas diz verdades , desconfio dos covardes dos convictos dos sofistas , desconfio de quem cita nomes números estatísticas , diz que leu mas não escuta não se enxerga não medita , desconfio dos honestos dos carolas beneméritos , desconfio do presente do futuro do pretérito , desconfio da […]

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o súcubo

, sucumbo aos demônios ao fosso sem fundo dos neurônios , sucumbo ao jornal o mundo tão mal tão bonito , sucumbo ao bendito cansaço da idade , sucumbo à inutil- idade do poema , sucumbo ao sistema nervoso simpático , sucumbo ao estado civil antidemocrático , sucumbo ao buraco negro da galáxia , sucumbo […]

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o horóscopo

saturno anda brabocom sangue nos olhoscom fogo no raborubro do dragão  com a faca no denteplutônio na menteespada na cintagilete na mão  (bãobalalãosenhor capitão) com marte na ideia com a morte na sombracom um corte na frontecom a sorte na mão  nem júpiter salvanossa-dama dalvada hermética chamadessa escuridão  (bãobalalãosenhor capitão) 

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ode a brumadinho

o país na lama o diabo gosta o mercado ama a bolsa aposta ; bolsa de bosta .

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a.cabra

a grade cimento ao sol stício por.to do início .

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a matriz

, me mima me vê menina me espêlha me encara me escaravélha ; minha mãe me ensina a ficar velha   .

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o lembrete

“memento mori” lembre que morre (a todo momento) . diga: eu vou. mo.rrer. . hoje é mais um pobre ontem foi seu pai amanhã você . antes de julgar quem quer dar o cu ou fazer aborto , se pergunte o que você vai fazer sem seu corpo morto ? sem seu falo um trapo sua […]

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a iguana

vai, malandra ; na cama, leoa na sala, mandra .

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o meteorito

  depois do desleixo somente a pedra flutua sobre os escombros , como se um seixo da lua escorasse a terra nos ombros .        

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a miríade

  dormir é um ato político um auto-exílio hipnótico  manifesto antropo-lírico contra a prisão dos relógios   ilusão, surto narcótico delírio hipnagógico meu anti-artefato bélico rito mágico secreto   retro-projetor onírico  inutensílio profético retratando a inexistência dos tais sujeitos e objetos   filmando a desimportância do meu teatro de afetos meus amores, medos, ódios   […]

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o acordo

  tudo greve nada grave não tem barca vou a remo não tem diesel temos bike não tem deus rezo pro demo perco um amor ganho um like .

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o ana DRAMA

a rua DORME cozinha em ORDEM sozinha eu MEDRO a lua MORDE ,

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ecce homo

lamento que gozes do afã doentio dos algozes do gozo violento do gentio num linchamento da fé malfazeja da mão que apedreja da injustiça cega da multidão que ainda prega um homem na cruz que só atiça a fome de carniça dos urubus e dos patos … não use o nome de jesus pra ser […]

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o íon

+ – â nodo cá todo eu tudo ele trodo cor rente conti nua alter nada ta tua na gente ser pente céu rasga or gasma fico vesga fico plasma ab surdo sinto muito eu surto te curto circuito – +

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a colheita

meu limão meu limoeiro galego ou siciliano limão-cravo ou tahiti … se a vida me dá limão de março até fevereiro vou fazendo por aqui caipirinha o ano inteiro   .

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o presente

  minha história se demora no relógio do longo agora ; mecanismo sem refúgio onde cismo como um gongo o tempo inteiro ; sem ponteiro sem hora sem saída ; não há vida lá fora   .    

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o ires

  a ilha me molha alhures alguém me olha além do arco-íris    

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o astro

  solstício de inverno : ser sol no frio é difícil , nascer é eterno .

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o deserto

  decerto sede excede nome fome papo reto objeto homem some longe esperto come quieto   .   .

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o cão

  lição do demo: demo lição  

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a gravidade

  meu pecado é a preguiça de ir à missa nesse templo   de acordar dia atroz dia nesse tempo sem poesia   a história nesse passado obscuro   nesse agora sem futuro a que voltar   ,   até quando essa miséria até quando   ?   nós boiando num ponto ao sul desse bólido   nesse […]

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a náusea

, sinto em mim as dores das poetas mortas seus amores tristes seus caminhos vãos , vejo em outras mãos agora tão minhas suas vidas linhas mal-traçadas tortas , e as formas tão certas da sua poesia companhia assídua das noites desertas , página vazia artérias abertas em árdua sangria , a guerra perdida e […]

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o subjuntivo

  se disséssemos quanto pelo não dito se fizéssemos muito pelo não feito se soubéssemos tudo , qual seria o futuro do nosso pretérito imperfeito ?    

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a foto

  numa velha foto minha me vi de dentro pra fora com os olhos que eu tinha , vocês de agora me contem : quanto tempo ainda demora pra ontem ?      

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