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Monthly Archive for February, 2013

a pupila

maria eimmart viu a lua nos tempos de galileu e desenhou num papel , a maria já morreu mas o luar continua a mostrar a mesma face , se hoje à noite a lua nasce inda mais nova e mais cheia de sol na albina íris , também maria passeia o seu olhar que prateia […]

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o ritual

  como árvore que dança ao vento que lhe arranca as flores e deita fora na rua   colho com afinco cada miséria com a precisão de uma criança séria   deito nua nessa folha branca do agora   a hora em que brinco de achar que é cedo   de estar no começo da música errada […]

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o cinto

  sinto e calo . cada um sabe onde lhe aperta o falo        

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a fruta

  abro-me à visita da sua vista como revista que se abre ávida em cada página em que se imagina uma vagina        

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o mel

  enquanto houver telhas me assombro   também me cansa a poesia inútil das tardes vermelhas   deixemos o mundo às abelhas      

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as crisálidas

  pobres lagartas rubras brasas presas sob os cinzas dos casulos em que azulam suas asas pretas        

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o anjo

  alto lá seu moço seu silêncio é um grito agudo   cale mais baixo mais grosso mais fundo   seja macho diga algo bonito agora   ou eu levito e voo embora      

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a lágrima

  o pranto é o orvalho que aflora de dentro pra fora da planta   é o diamante do último instante antes da aurora   é a seiva viva do talho é a saliva é o orgasmo é a fonte santa   ,   o líquido espanto o espasmo de quem chora   respinga estrelas no manto de […]

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a pitonisa

  nasce da loucura de nuvens de amônia a face medonha atroz e perfeita de quem me procura do lado da fronha na câmara escura onde a luz me sonha quando o sol se deita      

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uma pérola para vermeer

  seu olho me monta me enfeita com o brilho de um brinco de gota , um pingo na ponta do meu cílio      

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a máscara

  minha mais cara persona : eu sou o avesso em carne viva sob a capa   altiva ofereço a outra face ao mesmo tapa   ; um fraco me escapa   apareço onde o disfarce desmorona      

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a tartaruga

  cada passo um peso que passa , cada ruga na cara uma linha de fuga da minha carapaça      

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a notívaga

  a noite vaga sem hora senhora de si vagabunda   o dia tem aonde ir o mundo concorda   a cor da noite é mais funda fenda tamanha   a sombra do sol me acorda saudades galácticas   estrelas me são simpáticas gente é estranha          

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odoyá

  dia de iemanjá me água uma sede boa , ar de concha à toa na rede de proa da escuna , líquido elemento onda de amar entro numa , já me quebra um mar por dentro , o resto é espuma                  

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