a roda
Posted in Uncategorized on Apr 30th, 2013
não há via certa toda reta torce o rabo nada permanece tudo desce e sobe e eu não paro cá onde me acabo outra orbe me completa como o par de aros dessa bicicleta
Posted in Uncategorized on Apr 30th, 2013
não há via certa toda reta torce o rabo nada permanece tudo desce e sobe e eu não paro cá onde me acabo outra orbe me completa como o par de aros dessa bicicleta
Posted in Uncategorized on Apr 29th, 2013
vista de perto não estou bem certa se existo vista desperta não sei ao certo quem sonha visto uma fronha no meu recheio disperso um olho risonho me avista do meio do verso
Posted in Uncategorized on Apr 28th, 2013
faço listas de afazeres deixo pistas enganosas o ensejo de uma prosa maus escritos de meu punho desdizeres desconexos interditos mais protejo meus rascunhos que meu sexo
Posted in Uncategorized on Apr 26th, 2013
nada procuro nágua flutuo ilha alga que brilha na superfície do escuro fluo supérflua maravilha flor de flúor
Posted in Uncategorized on Apr 24th, 2013
duas damas na janela uma é enorme outra é meia ostra e metade sereia (ouço a voz dela) uma é mar outra é areia uma só dorme outra vela uma se inflama outra gela o sangue na veia pois eu sou essa e aquela a moça bela e a feia as faces […]
Posted in Uncategorized on Apr 23rd, 2013
o céu é bonito mas não acaba nas linhas da aba do meu chapéu o infinito desaba nas telhas sobre as minhas sobrancelhas
Posted in sonetos, Uncategorized on Apr 21st, 2013
mensagem numa garrafa: quem me dera um saca-rolha que liberte a minha folha deste vidro que me abafa quem me dera a maresia já houvera corroído a carta do mar perdido onde inda exista a poesia cada vista é uma janela e o filme do mar revela que o sol ilha mais […]
Posted in Uncategorized on Apr 19th, 2013
pelos dedos teus deus se fez carícia e se o amor não existe que seja um delírio triste o teu medo em riste em plena delícia e martírio
Posted in Uncategorized on Apr 17th, 2013
sofro de ausência essa ardência no âmago esse estômago oco no meio de um soco
Posted in haiquase / senryu / tanka on Apr 15th, 2013
velha barcaça deixe estar todo peixe um dia passa
Posted in Uncategorized on Apr 14th, 2013
meu poema não tem santo nem pajé que quebre o encanto do meu canto de iracema não tem cacique que pare minha pena > uma seta de curare em sua reta
Posted in Uncategorized on Apr 13th, 2013
saudade é uma ponte entre a ilha e o horizonte longe de mim na praia a canoa sem quilha com o nome na proa marfim
Posted in Uncategorized on Apr 11th, 2013
pensando morreu um burro cantando morreu um bardo ¨já vou tarde desse mundo” seguro morreu de velho zurrando morreu um soldado e no silêncio, um surdo janis morreu de overdose da língua morreu o freud e o leminski de cirrose até buda teve um bode morrer não é nenhum absurdo cristo […]
Posted in Uncategorized on Apr 10th, 2013
em bom espanhol “la mar” é uma mulher e eu acho que eles têm lá sua razão nenhum macho vai tão alto e baixo numa só onda não há um homem que esconda tanto pesar em seu fundo ou que abrigue um mundo tão rico e diverso e abissal por entre as dobras dos […]
Posted in Uncategorized on Apr 9th, 2013
entre o verso e a frente de uma ideia assaz violenta há de haver um recheio uma massa cinzenta um caminho do meio entre o norte e o sul da coreia entre o azul e o vermelho um roxo batata quase lilás violeta um golpe de paz que arrebata o […]
Posted in Uncategorized on Apr 6th, 2013
diz a lenda que ao sul da ilha tem uma casa da cor do céu azul zinho com nuvens esparsas é lá que as garças cinzentas fazem ninho quando venta e inventam asas
Posted in Uncategorized on Apr 5th, 2013
do meio do monte vejo o vasto horizonte de que me afasto subo à fonte o cálice cheio de mágoa e deleite não há água que azeite tanta lástima então eu rio ; à noite o ar frio decanta a mistura depura uma lágrima furtiva se esquiva dos seus olhos […]
Posted in CAIXA POSTAL, Uncategorized on Apr 3rd, 2013
a lua cheia tinge de bege a baía de guanabara um mar de areia um saara neblina esfinge o morro da urca como uma burca
Posted in Uncategorized on Apr 2nd, 2013
depois do raio o estouro depois da chuva a bonança depois do choro a alegria ; quando estia o sol transforma em ouro as águas de chumbo da baía
Posted in Uncategorized on Apr 1st, 2013
zarpo do cais na última nau nada de mau me abala mais o íntimo me embala um ritmo que a noite entorna marítima no céu incendeia um balão em forma de baleia