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Category Archive for 'poesia'

deleite

  um vento solar condensa a láctea via que me alimenta , ordenha imensas montanhas pra amamentar as minhas ventas

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  éter evaporo um perfume do vazio  por cada poro

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, a mata ecoa murmurinhos que a rua acua e mata , refúgio da crua e rústica colcha acústica . .

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corpuschristi

  meu corpo aflito só tem fé nos elementos   tenho pressa meu reino não é deste distrito   nada menos que o sangue infinito me atravessa   . . .

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  , em última análise eu sempre prefiro uma fotossíntese .

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  pinga-me um lírio nos cílios ; poesia é o melhor colírio .

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arrepio

  lábil sentido: a língua do silêncio em meu ouvido .

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cumulus

  pintou um clima: o tempo abriu um guarda-chuva com a gente em cima !

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  já dia eu vejo uma estrela que insiste em piscar num canto * brilha e no entanto seu desejo é o mais triste: possa o sol vê-la .

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friaca

  sol frio me olha de soslaio me acerta a íris em cheio / saio intacta flor de maio ferida aberta em meio ao cacto *

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  a lua deságua  na aura branda um ardor misto de fumo e alcaçuz  , lava o suvaco do cristo numa luz azul lavanda .

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  apuro o ouvido pro agudo sentido de uma cigarra , puro pedido de ajuda perdido na algazarra .

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, uma esperança me aranha na mosca e mariposa ; tatu, constato meu talento inato pra bicho-do-mato .

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  quaresma empilha folhas mortas, qual resma de velhas poesias   , , ,   engavetadas em vão no vão sob a mobília .

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folhinha

  , , entra ano, sai mês, eu tardo, ou cedo ao sono… outono outra vez. , ,

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[ mais uma da série NIPOCALIPSE ] . não tem pára-raio para o raio de ação da radiação !

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  morre uma usina. jaz vã; vai-se o seu uso, fica a [assaz] sina.   imagem: cartazes de solidariedade ao japão >> http://www.blckdmnds.com/cartazes-de-solidariedade-ao-japao/

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ah mar

viraláctea lambo a lua ; a língua sua a maresia ,

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na paz de sampa

. meu ser_pente si_lente de si de repente se sente passado p[r]ensado pre_mente pó_ente embalado pra presente [ . ] rec[h]eio de gente num embrulho cheio de aqui e barulho .

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escrevidão

  “escreve, escrava! és escriba, não nababa”   a musa me usa e morrer livros não me livra   nunca acaba a minha estiva de morder viva a palavra .

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quando mudo:

– fico torta como quem aborta meia viva – meio esquiva meio obtusa como uma porta – meio aberta meio abstrata como quem se mata – meio alta meia ponta como quem apronta – meio santa como quem esfinge meia grega – meia fera como quem espera meio cega – absurda e muda como um […]

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ariadne

  confio no fio do instinto: por cá, minho por lá, birinto    

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  a mata não dorme desperta_dor num acorde colcheia de grilos   à_casa,_lamento  dormir só na_morada sem você dentro   a_manhã me espera o que não mata deflora de prima e à vera     …

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  tá na jura: até morrer! mas do dilema entre ser a finada ou a viúva nem jesus cristo saúva .  .

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    buraco-negra nada conserta eu vulga vulva concreta   .    

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humus

  a larva lavra a terra sem pá   faz furo enorme no escuro   dá duro como quem dorme   (b)erra como quem verme de dor profundo da toca   dor minhoca   ~  

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ó que pressa insana que nos (a)funda:

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katana

  fraca como aço minha força é um fracasso inoxidável .    

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  .   mês morto, mês posto: a césar o que é de julho, agosto pra tudo.   .  

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ars longa

  a arte é o tear do templo é o canhão no escuro é a flor no muro do forte . a arte é o chão atento ao tropeço do palhaço é o vazio duro do ocaso . é o preço de ocasião da sorte é o traço de ouro puro no ar raro efeito do acaso […]

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invernal

  na manhã mais fria o orvalho amorna um aroma que chora um cheiro que molha os lençóis toalhas torrentes de amor me afloram dos olhos lágrimas de éter gotas de memórias néctar que entorna na cama vazia vapor que conforta o ardor da navalha que desfia corta . fende em duas postas a crueza em flor de […]

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gratitude

    a graça que deus dá seja de graça . desgraça que adeus deu seja desdita . em graça e desgraça passa batida a bendita vida dita eu viva . esta exata descarta em dúvida . ah dádiva vívida ! a vida é ávida por dar adeus aos seus … eu revido desvio o rumo vadia adio […]

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mau tempo é isto: corcovado sem corcova céu sem cristo     a luz adere à pele: se é cinza fora a brasa mora       meu tempo dança: um passo de intempérie dois de abundância   . .   Imagem: Trigrama Li (fogo)   O trigrama Li significa “aderir a algo”, “ser condicionado”, “depender de algo” e […]

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a poça*

  à sombra do lustre rosa a moça posa pro moço qual nem lhe fizesse mossa o assombro   do observador atento sentado ali do outro lado rabiscando em alvoroço intenso   seu repasto um guardanapo o lápis rasgando o lenço mil traços por cada canto da mesa   como quem desse de ombros a moça finge que almoça […]

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vinil

    o disco lunar toca um silêncio arranhado de cigarras   .

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 vivo suspensa (sempre) sem remédio entre a surpresa (sopro) que me supre e o supremo (tédio) que me pensa .  . .    Andràs Böröcz “The Philosopher’s Egg,” 2004- 2005 Carved pencils, graphite on paper mixed media construction

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    gotas na folha . . . cada instante uma estoura : plástico-bolha .      

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 ,   quase que um haicai me cai ao acaso aqui: caqui kamikaze   .    

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  a lua clara bóia como abertura no teto do mundo . foto: analu prestes    . P.S. – Fiz este poema há tempos, e não percebi que era um haicai. Lembrei dele qdo vi a foto acima. Re-publico agora, devidamente haicaizado. E por falar em lua, Salve Jorge!

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2137 – ano do tigre de ferro

  com tigres não grites não faças ruído . a fera com ferro fere cada berro desferido . aos tristes a vida prefere quem com fé ri da penúria . me entrego ao jogo me aferro e fogo ! é certo que erro porém não duvido : confere a fúria e serás aferido .      *em 14/02/2010 teve início […]

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ô abre asas

  lá vem o bloco o surdo a caixa a cuíca um abraço pra quem fica é o meu sinal : debandar   não bebo não sambo não caio no ditirambo bacanal sarto de banda bundalelê não vou lá   ô abre alas que eu quero seguir meu caminho tô no bloco do eu sozinho com […]

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o livro de próspero

espantam-me os sonhos pois sou eu ali e no entanto em nada me espanto os enredos bisonhos as pessoas que mudam os animais feras loucas mansões labirintos de medos emoções vagas o mar escuro até o céu quase sempre encoberto onde nada é perto e nunca se volta ao mesmo ponto de vista e se algo […]

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in sensus

        aqui agora ascendo à pura essência de patchouli   medito porém nem sempre evito o escândalo   recaio no escuro abraso me abano te aceno sinais defumos inspirais acendo um sândalo         foto: Craig Sadler    

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amar é …

  a maré dança com a lua ora mansa ora avança recua ora cheia ronda brava joga areia no ventilador lava a rua afoga ateia fogo às teias ao mofo às ameias do cafofo a maré aguardente na veia      

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  tempos de chumbo: o vil metal nos funde no estanho mundo   .

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shiva natraj

  ando em fase de muda mud(r)a e quêda . bicho-da-seda criando asa(na) . mudando de casa talvez ou não a-ind(r)a . toda muDança é bem (go)vinda .     .   Ohm: sobre indianices também temos este outro poema < (da época em que o blog estava sem acento) 

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dos sentidos

    Eu penso assim, num poema as palavras têm muitos sentidos, cinco são o mínimo do senso comum. O cheiro, veja bem, nem sempre é o que se espera: qui_mera suja o pé na primeira pisada em falso. E o paladar amargura, tem quem use, não faz meu gosto. Na língua prefiro o que arde. […]

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  sol à vista! meus olhos renovam o visto de turista        

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  estava escrito: se está tudo perfeito vai ter mosquito .    

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tempus fugit

  Comentário ao post Panta rei do blog Tempus Fugit   Panta rei, pensou Heráclito,os olho fitos num rioem que não me banharei… talvez por força do hábitoeu periclito mas riodo mar que outrora pensei.     . . Update: este poema foi citado e ilustrado no belo site Imaginário Poético.      

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