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Monthly Archive for September, 2012

a tapeçaria

(para bia occhioni) no antigo solar vibram novos sons de um velho piano   no pátio as amigas desfiam o pano roto e milenar das intrigas   desmancham histórias   rebordam seus planos recriam salões da memória        

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papai noel já morreu

  o mundo vai mal qualquer dia é natal que loucura   o presente não dura um segundo      

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a miríade

  faço trabalhos medonhos sem suor nem paga   e um grande amor me deixa só uma imagem vaga   a vida tem dez mil modos   na verdade todos sonhos      

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ambar gris

  tem nome que esqueço de um vapor vulgar que não me cabe   tem cheiro de amor que dá e some no imundo   tem brisa fugaz tem vento do mar profundo   …   devagar evanesço . . .     cada perfume sabe seu preço    

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o canto da kianda

    serei aquela que inventa o solitário marujo náufrago em árdua tormenta calhando à ilha onde fujo   serei a areia e a esponja água-doce e flor-de-sal a messalina e a monja no idílio azul de um luau   e eu, bacalhau de quitanda quimera, mito que nada serei sereia que anda   rabo-de-arraia […]

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a barganha

  troque sua cara por um par de óculos caros   troque seus dois pés por um bom carro   troque suas tetas por funis de silicone   troque seus dois olhos por fuzis e um i-phone      

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a grafite

  eu caderno sem poema   cada letra preta arranca   um fonema da dor branca em que me interno      

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o outro

  quimera você não existe   ou existiu por instantes mas antes eu já era   triste    

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o classificado

  procura-se homem de espírito complexo sem vício moral   para nexo oral implícito que explicar tá difícil      

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a arrebentação

  e a água do mal a ir e vir me cansa   alquímica dança que revolve o meu sal   lacrimal pedra viva que me vinga e coagula   a saliva que solve o meu elixir na sua língua      

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a prece

  ó deus livrai-me dos chatos dos crentes dos literatos dos ateus de deus e o diabo   dos vícios e das virtudes dos inícios e finitudes   e por fim deus meu do céu oh hell livrai-te de mim    

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a plêiade

  a musa tem muitas vidas mil poetas suicidas   sylvia florbela alfonsina alejandra ana cristina … lindas e findas sem amor   um dia mudo essa sina quero morrer bailarina    

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