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serei aquela que inventa

o solitário marujo

náufrago em árdua tormenta

calhando à ilha onde fujo

 

serei a areia e a esponja

água-doce e flor-de-sal

a messalina e a monja

no idílio azul de um luau

 

e eu, bacalhau de quitanda

quimera, mito que nada

serei sereia que anda

 

rabo-de-arraia que corre

uma água-viva que morre

na praia e acorda molhada

 

 

 

[arquivo em audio >> o canto da kianda ]

3 Responses to “o canto da kianda”

  1. LINDO

    está no meu BLOG

    beijinho

  2. Fabio Rocha says:

    Que poema perfeito! Parabéns!

  3. Dulce Morais says:

    Um mundo onirico criado em poucos, mas belos, versos. E o prazer da leitura, sempre intacto. Obrigada!

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