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Category Archive for 'poesia'

  a formiga só trabalha porque não sabe contar   a cigarra canta à toa pra ser despedida   arrebenta o peito  e na saída ainda tira sarro :-0~ fumega um cigarro    

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42º à sombra

  fogo se alastra no lençol, ventilador vira girassol   #    

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fotoantítese

  ~   a folhas tantas a noite oxigena o ar que inspira as plantas   ~~  

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  .. enfim sóis em finde a dois enfronhados em lençóis em fina chuva bem embalados enfuna folha aflora o verde sorte nossa inflama entorna empoça o futon sem pressa a fim de tudo agora e sempre aqui afinal enfiados em nós sem fim das pontas ao final de tarde inícios muitos infinitivos feriados juntos e finalmente ao vivo em finados ..       […]

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horas deverão

  ando confuso horário : meu relógio de sol vira a noite ao contrário   *    *coinciddenticum    

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jóia

    de hoje em diante cada dia há de valer um dia amante   <>    

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twema #8

    hai-cai balão : e afinal o balloonboy tinha os pés no chão . .     

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‘ traje de chuva:  roupa de cama me cai como uma luva

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quiromance

  a   l i n h a   d a    v i d a   a l i n h a v a  minha contramão à palma da sua : c a m i n h o   d o   c o r a ç ã o   q u e   a l […]

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ondina

  o vento há de trazer quem me procura e nem preciso soar a sereia pois bem sei que o amor tem seus sonares   meus olhos d’água vão ondular os mares até encontrar a pérola obscura pra iluminar meu castelo de areia      

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era uma vez

– preciso dormir cem anos pra esquecer um sonho pra aquecer as perdas pra rasgar os panos pra embalar o sono da princesa-ninfa lagarta morta de tristeza e dor no escuro oco casulo crisálida crise até que aos poucos linhas tênues serpentinas desenhem sementes de fios meus cílios despertem de assalto meus olhos em asas de […]

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cuidado frágil ou este lado para cima

      ;     meu papel de seda molha   cada vez que você passa e não   me olha   ;   lágrima deixa mancha   escura na minha folha fina   branca   ;   desdobradura do acaso, nem eu sei me repetir   quando a dobra dos meus olhos   se […]

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eloqüência

a sua ausência fala por si lêncio .

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aquarela

    o céu desbota ; o azul veio choverde  na minha horta .       Ilustração Carolin Fennern

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aproximavera

  soleira brota : a prima-hera bate à minha porta   .   “Quando há coisas a realizar, pode-se crescer. (…) Aproximação significa tornar-se grande.”  (I Ching – O Livro das Mutações)    

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  : entre tenentes ateus e dementes a deus eu sou maiZeus .      

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madrugal

  * a estrela-dama  ve’nua sem nuvem sem véu sem luva *  convidando o sol pra sua cama de deusa carrossel * dossel da boca palato teto estrelado da vulva * luz da beleza ascende faça sol ou raie a chuva , sobe a estrela dalva e anuncia que só o amor salva o dia   *   * Astrologia […]

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~ a musiquinha das borboletas ~

Eu tenho essa musiquinha na cabeça há um bom tempo: panãpanã~panãpanã~panãpanãpanãpanãpanã. (Pra quem não está ligando o nome à pessoa: panãpanã – ou panápaná, há controvérsia – é o coletivo de borboleta.) É uma musiquinha muito simples, como todas as musiquinhas que ficam voejando na cabeça. Mas devo admitir que não sei escrever as notas, então preciso que você componha a […]

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amanhessência

    a manha é ser luz sol que move a si mesmo se a manhã chove ,      

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vagalume

    a noite tece teia de orvalho em vaga l’umidescência ;   

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Mistérios Gozosos

  ò graça que não se esgota , mistério que não se explica : quanto mais sério fica , mais a gente goza !          

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contemplêiade

 meu olho cego lê camões com as mãos  ; o olho que molha o mar fi-lo sophia  ; meu olhar de florbela espanca ; por me olhar por outra pessoa ; o poema que me olha nos olhos lê minski  .   (As partes sublinhadas são links para alguns poemas que vivem conversando aqui, em meu íntimo solar. […]

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twema #6

  . a mulher do ferreiro pensa que o espeto de pau compensa a falta do vil metal .    

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entreouvido às margens plácidas

meu tímpano grita nesse urbano labirinto trompa ! de eustáquio .  eu estou aqui ó : ouvindo um dizzy no rádio ; vivendo o dia-a-dióxido da cidade tóxica   [essa tribo daqui brita paca bate estaca ataca martelo.bigorna.estribo]   {eu cá toda cóclea concha búzia caramuja roca semifusa des-fio re-cordo longos estribilhos com meus caracóis}   }dóem-me […]

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estribrilho

  querem meus olhos vermelhos catar nos cacos vitrilhos apolpar na palha o ópio   .   .   .     mandala vitral reluz no fim do túnel de espelhos do macrocaleidoscópio            

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  a manga verde cheira rosa promessa tiê tem pressa  já-queira goza deita sua seiva aflora cai quem se arvora     . 

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sublimatio

  palavra sob a pálpebra arde , verve ácida pinga , lágrima ferve , lava , péla onde molha fere mesmo se trans lúcida   ( eu bruta estupida mente límpida , filosofal pedra líquida ) .  

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Vista Chinesa

  pela lente do turista a china me avista     a vista uma fresta no véu da floresta        súbito me asfalta dúvida concreta     subir or not to bi cicleta ?     .     Imagens de passeio a pé à Vista Chinesa, no Parque Nacional da Tijuca, num […]

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e( )lipse

  a sombr(a mor)deu a borda oca da )ua longe o so( zinho ) (      

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rosa-dos-ventos

  vivo cigana roda na estrada carta na manga rota na mão   a caravana passa e eu, ladra ganho uma prenda teu coração   um dia amarro minha carroça planto uma roça no teu regaço   por ora solto volto pra praia com um braço do teu mar debaixo da saia   …   gira […]

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de um querer sequer

    se quer amor te dádiva até a morte sem volta . ser o último sou a primeira a querer sem dúvida . se quer forte eu não fraquejo mesmo na falta . se quer onde eu sinto a sua presença em volta . se quer longe não está mais aqui quem faltou      

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flor~de~luto

Meus anjos tocam trombeta nos portos Meus mortos tocam banjo nas sarjetas Sinto pesar minha caneta, é fato .  Vazia feito os moinhos que enfrento Sou prato cheio pra crítica alheia Eu levo jeito é pra viver de vento .  Se hoje eu tiver que morrer, que morra Do lodo, de repente aflora um lótus . A fonte do meu fogo […]

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Salve Jorge!

.     meu santo é forte:   a má sorte está pela   hora da morte     .

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sinfolia de outono ou a folhaicai

  .    a lua chia    mata em silêncio cheia   de som e folha   .      foto: mata atlântica – broto de samambaia gigante, por luizdemog. [fonte]

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:a semana assunta:

:   sexta: a feira dá peixão   ..   sábado: o dia lê lua   ..   dormindo:  de paz, quase   :   .    Imagem: Serpentina, Beatriz Milhazes 

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obra em branco

     o branco do olho pinta   na pálpebra um arco   íris   .              

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água-tinta

é o mar em mim que não sei onde barco nem bem quem sinto com essa maré tanta onda me perco inda que leve a fundo ao cabo tudo que a corda arrebenta   .   toda tormenta tem sua bonança cada criança tem o seu instinto singrar na unha o espesso oceano  por vir ao ar mesmo que um fio […]

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a-ritmétrica

ateorema inequação e-nigma insanalógico fórmula única insolúvel   amalgarismo vírgula dígitos infinitos esquadratura do círculo raiz incúbica de pi   se faz de conta me explica tudo expressa de modo preciso   quão desmedido o que impermanece incógnito

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chame o doma-dor

meu leão ruge venha o varão que turge o verão urge       Ilustração: Lion of Venice – Salvador Dalí, 1954

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humana comédia

  a última voz que anima um corpo insano é a dor paixão terminal da carne   antes do sono a esperança é a penúltima que morre .  

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hai-pai…

  Pau no sistema [ pAusa para o poema ] Inverno, pena.   Isso eu escrevi há 2 meses, quando soube que meu pai estava doente. Na época não quis publicar, ficou no rascunho. Agora vai, sei lá porquê. Antes que ele vá. Que Deus o (man)tenha, uma coisa ou outra, o que for melhor.

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springtime

  volto pra casa   trazendo um olho novo   em cada asa   .   

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catavento

o pens amente capta alguma id e o que não foi .. fôlego cata vento inspira sopra apróxima sí lá bússola girassol-dos-ventos seu leste é aqui lô metros da qui mera vilha esta rot açã o

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compensamento

O amor compensa todo crime que se pensa; sã-inconsciência.

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Quadro de Lucas Penacchi Amigos do coração, eu venho por meio desta convidá-los pr’uma festa: um sarau de São João.   A festança é no arraial novoaemfolha.com. O endereço é virtual mas o ambiente é bom.   Não tem ladrão nem quadrilha, só poetas de família. Não tem fogueira ou balão, só a luz da inspiração.    Não tem […]

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adoratio

para guga . o amor que a gente faz surpreende que ainda soe  perfeito como sói suspeito até que mais tanto tempo depois adoro como sois poente como sóis queimando ardendo em nós dois      imagens: Benn Flemming  

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Estrelismo

Quisera eu fazer este soneto Como quem faz desenhos na areia: Traça uma linha a ponta do graveto, Sobe a maré, apaga linha e meia.   Dos versos presunçosos que cometo, Quero escrever, bem antes que alguém leia, As letras em nanquim no fundo preto Que, assim, a coisa fica menos feia.   Mas nem sempre […]

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vitória régia

do lodo à glória   desfolha-se efêmera   flor de vitória   .   .   .

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des~lizard

-reptício  outono   lagarto se estira ao sol   luz que nos réstia   .   .   .      

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Exercício esdrúxulo

Testávamos hipóteses lúdicas: vocábulos ímpares, proparoxítonos, infâmias excêntricas, pérolas cômicas.Brincávamos cândidos, ríamos súbito, íntimos. Ângulo ótimo, árbitro péssimo, átimo, ínfimo, átomo côncavo. Química atônita, física apócrifa. Dígitos rápidos, bólidos sólidos, símbolos fálicos. Cânticos pândegos, tímida música afônica. Idílio paradisíaco, triângulo mâgico, refúgio cômodo. Recôndito útero, pórtico rútilo, músculo sôfrego. Êxtase rítmico, legítimo relógio biológico. Cópula tântrica, cúpula […]

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