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A Colombina

Carnaval, o aval da carne
Entrudo, o nome diz tudo
Momo é do balaco, Baco
Tem álcool pra todo mundo

 

Abram alas, foliões
Que o meu fígado é mais fraco
Sou meio ruim da cabeça
Meio doente do pé

 

Vejam só, quebrei o salto
E nem sei sambar direito
Não tenho piercing no umbigo
Nem silicone no peito

 

De tudo o que eu mais amava
Nos carnavais da infância
Dos bailes e das marchinhas
De máscara e fantasia

 

Não ficou mais que a lembrança
Qual confete e serpentina
Obstruindo os bueiros
Na quarta-feira de cinzas

 

As multidões se aglomeram
Como surtos se propagam
E os lixeiros é que pagam
A conta dessa folia

12 Responses to “A Colombina”

  1. Um achado, estes seus versos. Também cultivo lembranças de antigos carnavais, descobertas interessantes nos bailes infantis: ensaio para a vida, por que não? A inocência de então cheirava a lança-perfume sem culpa nem vício, simplesmente por “o cheirinho é uma delícia e, quando seca na pele, ela fica geladinha”…

  2. dalva says:

    Grande Chris!!! Você é mestre-sala, a gente é só figurante. Quando muito, da ala dos índios… Mas, o importante mesmo é estar junto, e ser sincero. É a tal da harmonia!

  3. Viva says:

    Sempre inspirada, hein, Chris! Hoje, caminhando pela orla, vi inúmeros caminhões da Comlurb e pensei: se há um serviço público que realmente funciona aqui no Rio é o da limpeza urbana. É inacreditável que eles consigam deixar o Rio limpo depois da passagem de um bloco.

  4. Caíla says:

    Minha cabeça obstrui a passagem do confeyte e da serpentina nos blocos e alegorias da vida! Beijos

  5. Caíla says:

    Minha cabeça obstrui a passagem do confete e da serpentina nos blocos e alegorias da vida! Beijos

  6. Maravilhosos versos…
    É esse sentimento que me levar a pular o carnaval-de-um-folião-só.
    Abraço franco
    AP

  7. Com mais arte e poesia do que eu, você expressou neste post mais ou menos o mesmo que eu lá no meu blog…
    Cadê os sentimentos mais ingênuos que ainda visitam as nossas lembranças e fazem dos amigos verdadeiros irmãos?
    Ah! Mas aqueles velhos carnavais e amigos do peito ainda sobrevivem aqui e ali. Vai ver estamos no inverno e a semente destes tempos se escondeu sob a neve, mas ela brota novamente na primavera! ;)

  8. pecus says:

    Matinê com rodo metálico?

  9. gugala says:

    muito bom. E os lixeiros entrudo pelo cano. bj

  10. wesley says:

    Gostei muito de muito de cá estar por suas letras…
    Abraço

  11. ângela says:

    Bom dia, estou passando para deixar meu carinho no seu blog!! Boa semana bjs

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