Quadro de Lucas Penacchi
Amigos do coração,
eu venho por meio desta
convidá-los pr’uma festa:
um sarau de São João.
A festança é no arraial
O endereço é virtual
mas o ambiente é bom.
Não tem ladrão nem quadrilha,
só poetas de família.
Não tem fogueira ou balão,
só a luz da inspiração.
Não tem quentão nem cachaça
mas, para espantar o frio,
tem repente, desafio
e rimas cheias de graça.
Se você tem um minuto,
passe aqui pra ver se gosta.
Diga um verso, que eu escuto
e versejo uma resposta.
Se achar que foi divertido,
comovida, eu lhe convido
a retornar para o bis.
Um beijo e até logo, Chris.
.
Vaga-lume
Teu lume , vaga-lume, alumia
Lua de linho vaga luz que me incendeia
Na varanda nessas horas quem descansa
Já volteia na lembrança que orvalhece
E no rito que a lua inda persiste
Mascarado faz suas tranças e se enfeita
Prá dançar e cantar a noite inteira
Junto a fogueira que a noite toda permanece
GOTA DE ORVALHO
by Ramiro Conceição
Pequena
gota
de orvalho
senhora
de tanta
beleza,
por favor,
não esqueça
de mim.
Oi, Chris, que delícia as tuas quadri(l/n)has de São João! Gostei pra caramba. Valeu, nesse 24 de junho cinza e frio, receber um pouco de poesia, brinquedo e sentimento humano.
Um grande beijo em você,
Ivã
Um convite pro sarau
é presença garantida
Mas, meus versos rimam mal
Culpa da vida corrida
Mas antes que eu me despeça
Feito uma doida varrida
Deixo aqui o meu carinho
Pra Chris, guria querida
Que São João,generoso
Nos dê também uma força
Um moço lindo e formoso
Pra cada uma das moças!
Beijos e boa festança!
Prezado Mário, bem-vindo, ora viva!
Que maravilha, um poema tão rico
abrindo a festa… diante disso fico
grata a você, meu primeiro conviva.
Grande Ramiro, poeta do orvalho!
Achei seus versos legais pra car… amba!
:)
Querido Ivâ, professor semiótico,
folgo em saber que alegrei o seu dia.
É sempre bom, nesse mundo neurótico,
semear um pouquinho de poesia.
Oi, Chris,
Agradeço o teu convite,
Mas tu sabes, eu só faço musiquinhas
Ora tristes, or’alegrinhas
Pra tentar me distrair
Caso possas aceitar,
Segue abaixo uma letrinha
Feita para uma ruivinha
Que adoro ouvir cantar
bj
VERMELHO
Adoro o vermelho
A cor do perigo
A cor do aviso que diz “pare aqui” perto de mim
Adoro o vermelho dos meus cabelos, da minha boca
Do vinho que atiça os meus desejos e me deixa louca
Adoro o vermelho
Da rosa mais linda
Que ainda menina escolhi para ser minha cor
Adoro o vermelho que acende em teu rosto quando mexo contigo
Do fogo do olhar que busca o meu corpo por sob o vestido
Adoro o vermelho
Do sangue “caliente”
Que ferve na gente cada vez que tu vens me abraçar
Adoro o vermelho das marcas que deixo nas tuas costas
Pra que nunca possas amar outro alguém como amas a mim
Comadre Tita, das rimas faceiras
muito me felicita sua presença,
lembrando que é uma das primeiras
e isso é mais difícil que se pensa.
Mas como aqui não se queima rojão
(neste arraial só se queima neurônio)
eu aproveito o calor do momento
pra lhe lembrar que amor e casamento,
nem adianta pedir pra João,
melhor fazer promessa a Santo Antônio.
A Tita Aragón requisita
(Se bem que pro santo errado)
Uma pessoa bonita
Para viver a seu lado;
Um moço lindo e formoso
Para as mocinhas da área,
De preferência gostoso
E com bela conta bancária…
Prá mim, que dobrei, faz tempinho,
O Cabo da Boa Esperança,
Pode mandar um velhinho
Que farei uma festança!
Querido Claudio Gama, já gamei
na sua canção de letra escarlate
tão saborosa quanto chocolate
tão musical que eu quase escutei.
Dalva, que de velhinha não tem nada,
só a cultura e a sabedoria,
os teus versinhos me enchem de alegria
mas, com um velho, ficas mal parada.
Um coroa charmoso, ainda vá lá…
de boa índole, cheio do ouro,
com boa lábia, para te encantar,
e com saúde para dar no couro.
;)
(de piá, detestava as festas juninas do colégio, não gostava das roupas, odiava aquele bigode pintado na cara. mas – lado bom era poder fazer a dança de mãos dadas com a loirinha por quem era apaixonado :)))
elisa
na barra do teu vestido
girei, girei
usando chapéu de palha
dancei, dancei
no calor da tua fogueira
apaixonei, amei
quando a quadrilha levou-te embora
até chorei.
Olá, Tiago, que grata surpresa!
Sua memória é um pião que gira
reavivando a fogueira inda acesa
da sua antiga paixão caipira.
Christiana querida, amei saber de vc. que bom ler a sua poesia e prosa, é mesmo uma delícia a maneira como vc. se expressa.
Hoje é véspera de São João/ saudades das bandeirinhas/ das roupas de chita/ dos chapéus de palha/ de dançar a quadrilha/ de brincadeiras de pescaria e adivinhação/ saudades do boi bumba/ da catirina amolando faca na bunda dos distraídos/ de quentão e caldo de feijão/ das amizades antigas/ e das eternas lembranças.
Uma festa linda pra vc.
bjinhos doces, Vera
Querida amiga, que maravilha!
Pena que Sampa fica um pouco loge senão ia ai agora te dar um grande beijo!
Já está devidamente instalada em São Paulo? Vamos tomar um café para colocar o papo em dia?
FLOR HUMANA
by Ramiro Conceição
Arte e
Ciência
são pétalas
da Flor Humana.
Amor amor
Amei o seu convite em forma de poesia e seus comentarios juninos, vou ver se amanha consigo enviar alguma coisa….
Beijos
Kary
PS Quando vc vem ao Rio? Eu devo ficar ate o fim de Julho, me ligue se vier e der tempo, adoraria te ver de novo. A Marcia chega dia 12 de Julho.
Bjos
o primeiro São Juan
a gente não se esquece
mesmo perdidos na quermesse
tal qual um Dom João
olha a cobra, olha a ponte
vira a noiva, segue o noivo
sempre bebendo d’aquela fonte
segue passo-a-passo o uivo
até mesmo na quadrilha
basta um golpe de virilha
pra se apagar toda besteira
inflamando qualquer fogueira
traz o frio essencial
fim-de-junho aqui em Sampa
quase igual àquele Pampa
que tá mais pra glacial
ao pular de sarau em sarau
melhor estar-à-dois num pau-de-sebo
do que sozinhos em Nassau
enfim, Bem-Vinda ao frio daqui
pois meu coração é seu balão
pra substituir o Rio dali
Verinha da biblioteca,
a contadora de história
mais carinhosa e bonita,
com jeitinho de menina,
tão presente na memória
dos meus tempos de moleca…
Adorei sua visita
e sua poesia junina!
Rossela, amiga querida
me trouxe um beijo, um carinho.
Respondo-lhe, agradecida,
com este singelo versinho.
Donizetti, está aceito
o convite pro café.
É só combinar direito.
Um grande beijo e até.
O Ramiro Conceição
já veio e voltou pro bis,
trouxe um verso numa mão,
na outra, uma flor-de-lis.
Queridíssima Karina
(minha amiga amor-amor),
te ligo, o dia que for.
No mais, a gente combina.
Guga, eu sou meio suspeita
pra falar sobre você.
Com o perdão da frase-feita:
adoro o seu balancê!
;)
Christiana, sinto-me acanhada, pois não tenho aptidão alguma para versos, rimas e que tais…Mas a leitora atesta o bom ambiente, e volta sempre que pode. Adorei os versos, mais ainda as declarações de amizade e amor.
Chegou a Olga, ora veja!
Já estava com saudade
da minha leitora e amiga…
vem cá, e deixa que eu diga:
relaxa, aqui só verseja
quem estiver com vontade.
Pamonha que sou, não gosto de São João.
Melhor,
não é bem que não goste,
só não tive a tradição,
apesar das quadrilhas de escola,
das fantasias de sarda no rosto,
dos vestidos de noiva de puro algodão.
Talvez hoje, em 2008,
depois de trocas virtuais de carinho e informação,
a pamonha aqui do rio
tenha até uma nova visão:
se o balão sobe de fumaça e encantamento,
também de novidade vive o coração!
E com um poeminha bem fajuto,
criado à noite por pura vontade,
está feita a minha primeira declaração…
de VIVA SÀO JOÃO!!!!
Beijos da prima-gêmea-gorda-pamonha-e-blogueira- recente-por-sua-causa!
Macaia
Viva a Macaia, minha gêmea-prima
(que não é pamonha nem gorda, ao contrário),
blogueira recém-saída do armário,
fera na prosa e esperta na rima!
;o*
Não tem ladrão
Nem tem quadrilha?
Mas que festa
Mais mal comportada
Não tem quentão?
Só tem família?
Que ironia…
Isso pra mim é roubada
Mas viva São João
Faço festa daqui da ilha
Se o arraial é da Cris
Eu não perderia por nada
Estimadíssimo Mario Poloni,
de fina verve e afiada caneta,
embora tenha adorado a poesia,
seu comentário me deixou insone:
será que, na loucura de hoje em dia,
a honestidade se tornou careta?
Saudades muitas
de você e de sua prima-gêmea…
Quem me dera encontrá-las, assim, de repente.
Quem sabe sob a luz sépia de uma fogueirinha de São João?
Beijos em seus corações
@lexandre
Um aflito por um segundo,
pega o terço no quarto e
se livra dos quintos que
dos infernos ia me dizendo
que sei só um pouco.
Olho pra cesta.
Em setembros assim, dizia,
tempo do biscoito queimado,
a novena cai em romaria
e deslizando pra dentro e do lado
nos adiciona do que nos falta.
Assim me contou.
Se enxurrada levou, bem levado foi.
Não chore filho por isso, é pouco.
Outra chuva talvez venha amanhã
Vai levar de novo mais do que é nosso, disso eu sei.
O que nos se leva dentro nos dói
Imaginas que o mundo está louco
Ladrão sorrateiro de mente malsã
Mas ele me deu muito mais do que eu mesmo lhe dei.
MODA
by Ramiro Conceição
TODAMODAÉBOSTA
BOSTATODAMODAÉ
ÉMODATODABOSTA
MODATODABOSTAÉ
TODABOSTAÉMODA
TODAMODABOSTAÉ
ÉMODABOSTATODA
TODABOSTAMODAÉ
ÉTODABOSTAMODA
BOSTAMODATODAÉ
ÉBOSTATODAMODA
MODABOSTATODAÉ
CATASSOL
by Ramiro Conceição
O poeta fora prometido ao Deus da Vida;
porém, sem saber, engravidou de poesias
por ação do espírito humano.
E o Deus da Vida, seu marido prometido,
que era justo, não o denunciou
porque sabia que o artista trazia frutos
ao seu passado-presente-futuro.
O poeta concebeu em sua língua
para ensinar — em muitas línguas —
sua linguagem estética, política
e ética.
E a lira não se quebrou.
E um catassol cantou:
“Sou um ruminante cérebro mutante,
um ser que considera o ser maior que o ter,
um lento catassol — sobre a leitura —
que sabe que ler é conceber com ternura.
Sou uma repetição, uma aliteração,
Uma especiaria para condimentar iguarias,
uma hortaliça que plantei em nossa horta.
Sou homenagem póstuma a estrelas mortas!
Perdi a hora de tudo.
Meu relógio marcou todos os fusos.
Sou a maçaroca no fuso do mundo.
Cada vez mais,
torna-se claro
que sou feito
de outra história.
Não desta, mentirosa
e sem memória.
Cada vez mais,
tenho a certeza
de que pertenço
ao mar bravio
porque sou um peixe
que não pertence
a este aquário
vil.”
CANTO DAS CIGARRAS
by Ramiro Conceição
Hoje,
acordei com um canto nativo,
com uma tribo do Xingu a dançar
ao redor da cama, onde sofria só e nu…
Enquanto tudo acontecia, eu esquecia…
Levantei-me à alegria,
às pressas, sambando,
pra fazer um café — com fé!
Então, às gargalhadas, dancei
dentro da casa do velho “eu”,
que se auto-olhava, a policiar,
não acreditando em mim, ali,
a cantar… tal qual as cigarras!
EXISTIR
by Ramiro Conceição
A minha prisão é estranha
porque expande e encolhe
conforme o jeito que eu olhe.
A minha prisão é de antanho:
um jardim de seres castanhos
numa caverna de Platão onde, certa vez,
um animal olhou a Lua pela primeira vez
e murmurou: “Por que estou aqui?”.
Diante do desamparo e despreparo,
com esmero, inventei algo raro:
um mimo! aos sonhos do Mundo,
um conjunto de cantos inconjuntos
à questão fundamental:
“Por que estar aqui?”.
Fui o que sou e aquele que não sei.
Agora estou com o melhor de mim!
A essência do meu canto
não é a dor que vi,
apesar de vir daí!
A minha essência:
é o processo de existir!
Venho de distâncias distantes!
Vou para distâncias distantes!
“Sou do tamanho do que vejo”
qual dizia o Poeta do Ribatejo!
amiga querida, de toda uma vida,
te mando neste são joão um chapéu com lindas e longas tranças(só nós duas sabemos o quanto chapéu com tranças tem a ver com sonhos realizados…)
que santo antônio proteja seu coração,
beijos estalados e carinhosos, com som do agitar de pulseiras de plástico coloridas,
Bia
Saudades de Mariazinha e Coroné seu pai
Ciranda cirandinha, não cirandeio mais
Veio uma brisa e se alembrei da roda
Modinha animada de gente risonha!
Era noite já e tenho medo do Caapora
Ah! Mas Saci é amigo bão e me acompanhô
Cá estou para uma festança das boa!
Para quentão e milho cozido e muita prosa!
Deixei em casa bilhete de modo que toda gente saiba que aqui o forró e de família!
A Defesa Civil proíbe a fogueira,
a brigada de incêndio proíbe o balão,
o Ministro da Saúde proíbe a cocada,
a blitz do bafômetro proíbe o quentão.
Estouro na noite é bala perdida,
brilho no céu é bala traçante,
bala-da-sorte não vaticina mais a vida:
é a que não entra pelo basculante.
A Fashion Week deu a cara da semana
e Maria Bonita, hoje, é griffe.
A TV mostrou Giselle de bandana
e Lampião é conceito naïf.
Pergunto ao neto sobre o programa de domingo,
já pensando em oferecer casa e quintal,
a lembrança de outros junhos
e a saudade do arraial:
– Vó, acho que vou ver outra vez
Indiana Jones e a Caveira de Cristal.
Estamos em 2008 e um bom Julho para todos!
Quanta gente veio à festa,
coisa linda de se ver,
amo muito tudo isso
mas vou ter que rebolar
pra tentar sair bem desta
e conseguir responder,
já que acumulei serviço,
mas vamos lá, vou tentar:
.
O Alexandre, velho amigo
(que, a propósito, outro dia,
prometeu-me um sanduíche
de arenque ou de salmão),
chegou de surpresa – vixe!
relembrando o tempo antigo,
e quer me ver, e à Maria
numa festa de São João.
.
Que número, o Flavio Prada,
meu amigo muito amável
e, nas horas vagas, gênio!
Faz poesia numerada,
verseja com muito engenho
e humor incomparável.
.
ORAMIROCONCEIÇÃO
ACHA QUE A MODA É UMA BOSTA
MAS DE POESIA, ELE GOSTA,
DE CATASSOL, DE CIGARRA,
FILOSOFIA, PLATÃO…
(E A GENTE TAMBÉM SE AMARRA)
.
Bia, conheci criança,
companheira de outras vidas…
Vem sacudindo as pulseiras
da infância e o chapéu de trança,
fantasias coloridas
para amigas verdadeiras.
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Cumpadi Roney é soda,
o perfeito homem-banda!
Conserta o meu blog e ainda
faz versos, e entra na roda
com essa poesia linda
para animar a ciranda.
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Minha mãe, modéstia à parte
é uma grande repentista,
poetisa de talento.
Eu, como filha da artista,
não faço jus à sua arte,
mas vejam vocês que tento.
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Leituras recomendadas
Sarau de São João, em Nóvoa em Folha.
O diploma me faz jornalista?, em Clico, Logo Existo
O papel social dos blogs e a polêmica do “blog de aluguel”, em Brogue do Cassano.
Geração internet, em Forsit.
GC – Glamour & Cafona, em Groselha …
Chris, perdi o sarau, não comi pé-de-moleque(vamos usar antes que despenque esse hífen), mas atualizei ou quase sobre você, que se foi pra Sampa(?), que reencontrou a prima(que eu li um pouquinho já).
Nestas bandas, virei sogra, estou criando um maltês, comi horrores, engordei os ossos e continuo a mirar o paraíso da janela do meu quarto.
Beijos saudosos.
Christiana, estou com saudades dos seus escritos. Tudo bem com você? Desejo que sim. Um beijo!
Oi, Clarice, que saudades,
adorei as novidades!
Eu vou bem, querida Olga,
só o que me falta é uma folga…
Sem mais a dizer, por ora,
tenho já que ir-me embora
mas volto em breve, eu prometo,
com um haicai, um soneto,
um parágrafo, uma frase…
minha ausência é só uma fase
dentre idas e vindas, quantas,
dessa vida às folhas tantas.
Beijos a todos!
:o*
que pena que não tem posts novos…
adorei o blog, muito mesmo
achei atraves do “pensar enlouquece”
preteno visitar sempre, mas claro, se for atualizado…..
grande abraço e sucesso!
ah, to linkando no meu
PArabéns Kwini, adorei seu blog.
bjs,
Du
Josué, eu agradeço
a visita e o elogio,
que nem sei bem se mereço,
em todo caso, aprecio.
E ao Du, o que dizer?
sua presença é um prazer!