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Corpo Santo

davidmichelangelo_.jpgTua lembrança pulsa
Luz densa
Como se houvera
Imensa como se fôra
Nostalgia da espera
Obra-prima da coisa extensa:
Cogita onde não existe
Surpresa tão mais persiste
Incógnita
Verbo em silêncio agudo
Abismo por princípio
Oni-ausência
Ilusão que me pensa
Fogo que não se sabe pra quê
Não cabe
Arde aí
No que me escapa
(paira em suspensão íntima
latente e súbito como se)
A solidez da tua falta
É laje que me eclipsa
Vão que me sepulta
Ôco que me cria
Solidão última
O não posso de cada dia
.

5 Responses to “Corpo Santo”

  1. Chris, costuma-se medir a genialidade de uma expressão artística justamente através da falta de originalidade que ocorre a quem a comenta. Não serei original, pois. Apenas faço uma vênia como jamais fiz diante de um poema.
    Maravilhoso.
    Beijo.

  2. Clarice says:

    Depois do que disse mestre Nelson, quem seria eu, se me atrevesse a fazer loas ao poema? Faço a você.
    “…silêncio agudo…” Meu Deus, como dói!
    Esse “muso” inspirador é recente é? Ah, conta prá torcida, vai!
    Você remexe e não deixa a gente esconder nada de nós mesmos.
    Beijo, menina! SMACK!

  3. christiana says:

    Desculpem a demora em responder mas às vezes fico meio sem palavras.
    Nelson, quem dera eu merecesse tamanha honra.
    Clarice, o “muso” é antiqüíssimo, vem de tempos imemoriais e chama-se Amor. Infelizmente, tal qual Eros, ainda não mostrou seu verdadeiro rosto ;-)
    Beijos!

  4. Cam Seslaf says:

    Lindo, Christiana.
    Obrigada.

  5. dado says:

    muito bom poema. talvez o melhor que já li de sua lavra. um beijo!

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