Tua lembrança pulsa
Luz densa
Como se houvera
Imensa como se fôra
Nostalgia da espera
Obra-prima da coisa extensa:
Cogita onde não existe
Surpresa tão mais persiste
Incógnita
Verbo em silêncio agudo
Abismo por princípio
Oni-ausência
Ilusão que me pensa
Fogo que não se sabe pra quê
Não cabe
Arde aí
No que me escapa
(paira em suspensão íntima
latente e súbito como se)
A solidez da tua falta
É laje que me eclipsa
Vão que me sepulta
Ôco que me cria
Solidão última
O não posso de cada dia
.
Corpo Santo
Jun 30th, 2005 by Christiana
Chris, costuma-se medir a genialidade de uma expressão artística justamente através da falta de originalidade que ocorre a quem a comenta. Não serei original, pois. Apenas faço uma vênia como jamais fiz diante de um poema.
Maravilhoso.
Beijo.
Depois do que disse mestre Nelson, quem seria eu, se me atrevesse a fazer loas ao poema? Faço a você.
“…silêncio agudo…” Meu Deus, como dói!
Esse “muso” inspirador é recente é? Ah, conta prá torcida, vai!
Você remexe e não deixa a gente esconder nada de nós mesmos.
Beijo, menina! SMACK!
Desculpem a demora em responder mas às vezes fico meio sem palavras.
Nelson, quem dera eu merecesse tamanha honra.
Clarice, o “muso” é antiqüíssimo, vem de tempos imemoriais e chama-se Amor. Infelizmente, tal qual Eros, ainda não mostrou seu verdadeiro rosto ;-)
Beijos!
Lindo, Christiana.
Obrigada.
muito bom poema. talvez o melhor que já li de sua lavra. um beijo!