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preciso
dormir
cem anos
pra esquecer
um sonho
pra aquecer
as perdas
pra rasgar
os panos
pra embalar
o sono da
princesa-ninfa
lagarta morta
de tristeza
e dor
no
escuro
oco casulo
crisálida crise
até que aos poucos
linhas tênues serpentinas
desenhem sementes de
fios meus cílios
despertem
de assalto
meus olhos
em asas
de seda
um toque
um vôo
a roçar
levemente
meus planos
mais altos
.
. .
. .
Nossa…esse poema é tão eu!
só os primeiros versos valeram minha madrugada…
belíssimos!
linkei-te ao meu blog…
=***
Durma, sonhe, inspire e expire poesia.
Dormir para voar e se libertar do casulo. Ah, garota! Quando era criança sonhei muitas vezes que estava voando! Beijus
Alisson,
Acho que mudei um pouco o poema desde que vc comentou, sabe como são crisálidas em processo, tomara que ainda goste. Agradecida pelo elogio e pelo link.
Felipe, agradeço suas visitas e comentários. E pode deixar que dormir é comigo! Se a inspiração depender disso, não há de me faltar jamais…
Luma, quando era criança eu sonhava direto que voava! Hoje em dia é mais raro, acho que vamos ficando mais pesados com a idade, ou com menos fé… em todo caso, estou fazendo uma reciclagem na escola aérea de Morpheu, treinando pra tirar um brevê avançado. Ainda pretendo fazer muita acrobacia onírica por aí ;)
Beijos a todos e boa semana.
Helena bela, do norte a estrela… ops, essa era outra, tanto quanto. Dormir é um daqueles mistérios gososos. Sonhar então!
Christiana, durante algum tempo sonhei muito que voava. Outro dia, fiquei me perguntando por que nunca mais sonhei, talvez você tenha razão.
Tive alguns sonhos bem bacanas, com voos sensacionais. Uma vez sonhei que voava com um passarinho. Ele era pretinho de barriga amarela. Dei até um chega pra lá nele, pra poder seguir adiante. Você pode calcular a sensação que foi isto? Às vezes, depois daqueles pedidos e agradecimentos costumeiros antes de dormir, peço pra esses sonhos voltarem. Alguns eram deliciosos.
Lindo seu sonho do passarinho, Olga! Me fez lembrar de uma historinha do poeta chinês Chuang-Tsé que, certa vez, ao despertar de um sonho em que voava como uma borboleta, pensou: Serei Chuang-Tsé, que sonhou que era uma borboleta? Ou sou uma borboleta, sonhando que sou Chuang-Tsé?
Dalva, estrela é você, eu sou no máximo uma pirilampa. Que sonha alto ;)
Beijos.
Que linda a historinha do poeta chinês!
Christiana, os meus sonhos voando são incríveis. Alguns angustiantes, outros deliciosos, mas todos perturbadores. Às vezes, eu mesma duvido que os tenha sonhado.