Posted in Uncategorized on Sep 20th, 2016
não sou eu que falo a língua é a língua que me lambe lambe as letras do meu nome lambe o leite em minhas tetas lambe o sangue da ferida lambe a vida que é tão pouca que não cabe em minha boca lambe a carne lambe a fome lambe o […]
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Posted in Uncategorized on Sep 18th, 2016
, o omisso nunca confessa se prefere isso ou essa , não diz não nem sim faz graça disfarça que tá com pressa , te serve um chá de sumiço casa e muda de endereço só pra não pagar o preço , o omisso sempre sai cedo , o omisso já vai tarde , no fundo o omisso […]
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Posted in Uncategorized on Sep 8th, 2016
, no precipício era o verso o universo estava vazio de deus ninguém se ouvia morreu. e o verbo que não poesia fazia frio mas era eu .
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Posted in Uncategorized on Sep 2nd, 2016
é golpe sim porque é baixo golpe macho golpe sujo indireto de direita é golpe que desrespeita os votos da maior parte em favor do dito cujo é golpe porque é covarde é gás no olho que arde é cassetete na nuca é golpe porque machuca
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Posted in Uncategorized on Aug 22nd, 2016
pra matar um grande amor é preciso ser pequeno e estreito como um punhal , feito de aço e veneno feito de pele e de ossos de gozo e vício , pra golpear sem remorso o mesmo peito onde existe , como um deus cruel que assiste ao seu próprio ritual de sacrifício […]
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Posted in Uncategorized on Aug 17th, 2016
morrer é um estado mudo um descansaço de tudo , o peso suspenso num mundo imenso e vazio , o tempo ancorado no fundo macio do espaço .
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Posted in Uncategorized on Jul 5th, 2016
o relógio enrosca o tempo com desvelo como fosse um novelo de algodão doce estica um fio de cada pêlo difuso como o fuso de uma roca , não nasci pra ser fiapo nesse pano um dia escapo deste plano num buraco de minhoca
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Posted in Uncategorized on Jun 21st, 2016
o sonho é um filme disperso sem continuísta ao sair desta sala não diga jamais hasta la vista quem vos fala nunca mais será vista no universo talvez este verso também não exista
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Posted in Uncategorized on May 21st, 2016
vazio é meu nome minha fome é um rio que nasce em você e corre pra trás ; lembrar é morrer nesse leito frio por uma vez mais
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Posted in Uncategorized on May 3rd, 2016
no seu plano um certo atraso no meu trajeto um engano descaminhos (e a sombra do sol se dobra sobre o oceano que arde) antes tarde que sozinhos. o poente estende o prazo poesia é o tempo que sobra , a gente se encontra por obra do ocaso […]
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Posted in Uncategorized on Apr 25th, 2016
a garça aprecia a luz desse dia que passa sem pressa ou lamento seu pensamento atravessa de vento a espessa fumaça da refinaria
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Posted in Uncategorized on Apr 20th, 2016
no mundo e nas minhas pregas , acima e embaixo : regras
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Posted in Uncategorized on Mar 31st, 2016
meço com o canto do olho a cor do vazio no espelho , recolho um reflexo frio : desvio para o vermelho
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Posted in Uncategorized on Feb 28th, 2016
‘ convite aberto e intransferível ao homem certo solto no mundo longe tão perto que me confundo tão invisível que quase toco ouço tão nítido que até vejo fora de foco golpe de vento cheiro tão vívido de novos tempos que ainda me lembro daquele beijo que nunca demos ‘
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Posted in Uncategorized on Feb 25th, 2016
entre a festa e a miséria de um dia medonho a carne partida é a fresta , a vida é um rio que vaza e infesta a casa de um sonho vazio
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Posted in Uncategorized on Feb 2nd, 2016
se choro tanto é porque fervo até doer o nervo que sente prazer sente mágoa o pranto e o gozo são água do mesmo poço
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Posted in Uncategorized on Jan 30th, 2016
abracadabra abro a cabeça com pé de cabra ; a cabra tropeça a fé se dobra ao sórdido agouro do diabo ; ouro de tolo cangalha em couro de touro brabo ; oroboro a cobra me abraça o rabo e se enraba ; a obra que em […]
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Posted in Uncategorized on Sep 3rd, 2015
o mar é um espelho duro que nos corta como um muro o futuro é uma criança morta que a esperança aborta à nossa porta
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lágrima santa lava como água-benta o pé da planta , a chuva lenta se adia até chorar de alegria
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Posted in Uncategorized on Jul 25th, 2015
deuses sem dedos jogam dados viciados ; o medo é um buraco cercado de vácuo pelos seis lados
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Posted in Uncategorized on Jun 23rd, 2015
você pode fumar o seu ópio você pode beber o seu gim você pode enganar a si próprio mas não a mim
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Posted in Uncategorized on May 17th, 2015
você mora no muro entre o fora e o furo do ventre entre o escuro e a escora entre o agouro e o agora e sempre
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claro como o mar onde meu olho nada : nada a declarar .
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Posted in Uncategorized on Mar 17th, 2015
há um tempo de espera entre o impacto e a queda sopra um vento áspero entre o pássaro e a pedra
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Posted in Uncategorized on Feb 21st, 2015
ferve brava sob a verve como neve sobre a lava , dorme louca pouco escreve muito escava , escrava da forma breve da palavra
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Posted in Uncategorized on Feb 17th, 2015
isto não é um cachimbo também não é um poema são só códigos no limbo entre o meu e o seu sistema Imagem: A Traição das Imagens, René Magritte (1929)
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Posted in Uncategorized on Feb 6th, 2015
um silêncio absurdo me despertou hoje : deus está surdo e não me houve
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flores mortas são primaveras que se vão frutas que verão
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Posted in Uncategorized on Dec 3rd, 2014
pescador chega à minha praia numa noite de lua cheia chega manso vem de tocaia deita do meu lado na areia ele diz que adora o meu canto ele diz que eu sou sua sereia ele diz que me ama enquanto me esfaqueia
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Posted in Uncategorized on Nov 15th, 2014
a luz amanhece pouca branca e longínqua um fio de sol lambe o mofo estanca em cheio no meio da nódoa do estofo feito estaca a dor finca a faca a dormência míngua a mágoa a ausência é uma casca oca que um dia trinca a chuva apazígua a língua da falta dágua
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Posted in Uncategorized on Nov 10th, 2014
fiquei sem voz procuro sábios que saibam ler meus grandes lábios
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Posted in Uncategorized on Nov 1st, 2014
eu morderia qual fruta a luz na tua treva e neste dia preciso adão e eva fariam jus ao paraíso
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Posted in Uncategorized on Oct 24th, 2014
venta aqui fora faz frio , o sol em brasa se esconde e de longe me fita triste e vazio , como uma casa bonita onde o amor mora e ninguém visita
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Posted in Uncategorized on Oct 21st, 2014
até mesmo o universo imenso perde a graça o céu perde a cor e chora se você amassa o meu verso de amor e joga fora como um lenço de papel a esmo
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Posted in Uncategorized on Oct 19th, 2014
a fé é o farol de um foguete de sorvete a caminho do sol
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Posted in Uncategorized on Sep 27th, 2014
em vão me espanto o tempo corre mais que o medo todo mundo morre uns cedo uns nem tanto é a lei e eu aqui no meu canto só sei que não morri por enquanto
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Posted in Uncategorized on Sep 25th, 2014
então observe: se for poesia não serve , a verve não tem serventia à mulher honesta nem ao patrão , se for poeta não presta servidão .
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Posted in Uncategorized on Sep 17th, 2014
invento é um ar que sopra pra dentro , pensar é um ato só , inspiro o pó que sobra da grande obra , espirro engasgo me mato expiro , adentro e rasgo o peito como um tiro .
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Posted in Uncategorized on Sep 3rd, 2014
o corpo me atraca como craca ao porto , recorta o espaço a faca e escapa ileso , suporta esse braço fraco como um galho seco em brasa como um cão sem casa , vão como o sol num beco como um peso morto como um amor pouco , oco como o osso da asa de […]
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nada que eu queira mais que a sombra dourada da amendoeira
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Posted in Uncategorized on Aug 25th, 2014
a noite é uma dama não joga mas não foge à luta quando o sol se inflama essa puta ajeita no mar a cama perfeita onde o rei se deita e se afoga
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Posted in Uncategorized on Aug 19th, 2014
paira esse silêncio frio um vazio repleto de hiatos prefiro o cio indiscreto dos gatos no meu teto
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Posted in Uncategorized on Aug 12th, 2014
no jardim das ideias vagas onde vagalumes beijam petúnias descarto as pragas sempre as mesmas queixumes lamúrias e outras lesmas
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Posted in Uncategorized on Jul 17th, 2014
só não escolhas para o amor o gesto insípido nem deixes meus olhos sem cor como bolhas no céu líquido dos peixes
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Posted in Uncategorized on Jul 1st, 2014
a água cinzenta oleosa espelha o céu em brasa em cinquenta tons de rosa vermelha , na maré rasa um murmúrio vago como um lago de mercúrio
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ave sã não tomba , balança a sombra anciã do flamboyant
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Posted in Uncategorized on Jun 19th, 2014
o sopro eterno desconhece o corpo morto , perdoo o outro pelo inferno que me aquece
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Posted in Uncategorized on Jun 16th, 2014
descascou minha fruta pescou minha truta riscou minha gruta lascaux minha pedra bruta de quebra lustrou deu brilho , ladrilho filho da luta
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Posted in Uncategorized on Jun 15th, 2014
ousar querer como um deus saber calar como um buda o tolo finge que estuda a esfinge muda
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Posted in Uncategorized on Jun 1st, 2014
como um anjo cego pela claridade de outras alturas mais amenas eu me apego à gravidade a duras penas
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