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a monção

 

nuvens vermelhas

escorrem prantos

encharcam panos

entornam pântanos

 

cobrem folhas como mantos

escorregam pelas telhas

saltam beiras

correm canos

 

córregos entoam cânticos

nos cantos cheios

de chuva e seivas

de ervas e sândalo

 

lótus derramam cântaros

de águas de cheiro

no meu canteiro

de flor de cânhamo

 

 

 

 

 

2 Responses to “a monção”

  1. dalva says:

    Me remeteu logo cedo a uma passagem de Cem Anos de Solidão, quando os habitantes de Macondo saíram em excursão à procura da civilização e se viram rodeados por uma floresta tão densa que eles foram entristecendo, e o ar tinha cheiro de sangue. O teu ar tem cheiro de especiarias, Helena.

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