(Por Dra. Lovesick – Personal-self-esteemer)
Da série “só para mulheres (e homens que as adoram)”:
TIP – Teoria da Intermitência Permanente
Cara amiga internauta,
Pra começar, aviso que esta teoria é politicamente incorreta. Quem liga? É 100% eficaz, e você sai bem na fita.
Eu tive meu brilhante insight a partir das teorias de Skinner sobre aquisição e manutenção de comportamentos em animais. De tão simples e funcional, eu devia vender esta fórmula em livros de auto-ajuda e ficar muito rica mas, como sou uma missionária da iluminação feminina, dividirei minhas conclusões graciosamente com as freqüentadoras deste sítio.
Os homens, eu preferia que não lessem para que não buscassem alterar conscientemente os resultados mas, como tudo leva a crer que não possam agir contra seus instintos, fico tranqüila. Talvez, em sua curiosidade, aprendam algo sobre si mesmos, e ficarão espantados de perceber como são tão facilmente manipuláveis por estratagemas primários.
Bem, vamos à teoria.
1. Todas as mulheres hão de concordar que homens são como ratos. Mas nós, gatas que somos, não podemos viver sem eles. Então há que se encarar este jogo de gato-e-rato, e discernir suas regras.
2. Skinner descobriu que ratos adoram queijo. Isso nós já sabemos. Então, para efeitos de analogia, a partir de agora nós, antes gatas, seremos o queijo da história. Porque ratos adoram caçar coisas gostosinhas para comer e, para fisgarmos um, temos que saber ser isca. Isso minha tataravó já sabia muito antes de Skinner.
Bom, então está claro que eles são os ratos e nós, o apetitoso queijinho.
3. Skinner descobriu que ratos AMAM comer queijinho, mas ODEIAM levar choques. Fazem de tudo pra comer queijinho, e fogem desesperadamente de tudo que faz levar choque.
Então, ele descobriu, a grosso modo, como treinar os animais:
4. Quando ele queria INDUZIR um comportamento, ele oferecia uma oportunidade para o rato executar uma ação desejada por exemplo, pressionar uma alavanca – e, assim que ele fazia o que se esperava dele, recebia um prêmio: um pedaço de queijo.
Apenas um pedacinho, não o suficiente pra ele se fartar completamente, mas um aperitivo prazeroso o bastante para fazer o rato entender que seu esforço comportamental fôra recompensado. Isso levava o rato a repetir o comportamento muitas vezes, na tentativa de saciar sua fome.
5. Quando ele queria INIBIR um comportamento, dava um choque. Isso evitava que o rato repetisse o malfeito.
Isso, em linhas gerais.
Mas ele começou a observar uma coisa:
6. A inibição provocada pelo choque, se estivesse a coibir um comportamente muito arraigado, como a atividade exploratória, a necessidade de movimento, ou (e principalmente) o ganho de queijinho, ia perdendo gradativamente o efeito. O rato tendia a se habituar ao choque depois de algum tempo, enfrentando-o. Daí, era necessário aumentar a intensidade do choque para manter a mesma resposta, o que acabava por levar os ratos ao estresse e a uma série de problemas comportamentais.
7. A estimulação positiva, através do prêmio (queijinho) fixava melhor e por mais longo prazo um comportamento do que a evitação promovida pelo choque conseguia inibir.
Foi daí que extraí a nossa Primeira Lei:
Fazer os ratos felizes (dar queijinho) é mais poderoso e eficaz do que castigá-los (dar choque)!
8. Por outro lado, mesmo o método de reforçamento positivo (prêmio de queijinho) tinha limitações. Depois de algum tempo, o rato ia ficando saciado de queijo, começava a se desinteressar e, por fim, deixava de repetir o movimento esperado. Entregava-se à preguiça e desistia do mínimo esforço de apertar a alavanca, só voltando a ela após muito tempo, quando ficava faminto outra vez. E se aprecesse um novo conjunto alavanca-queijinho na gaiola, lançar-se-ia a ele com muito mais energia e curiosidade do que à velha e conhecida alavanca amiga.
(Amiga, está acompanhando até aqui como é tudo IGUALZINHO?? Bom, porque agora é que vem o PULO-DA-GATA, prepare-se)
9. Então Skinner experimentou NÃO DAR mais o queijinho. O ratinho ia lá, todo crente, e não tinha mais petisco. Então ele voltava a apertar a alavanca…e nada. Ia com mais força, com mais jeitinho, com redobrado empenho, e já em desepero tentando em vão recuperar seu antigo suprimento de queijo e nada funcionava…
Ah, pensa você, então o negócio é NÃO DAR o queijinho?
Nananinanão, minha amiga. Skinner constatou que isso também não funcionava porque os ratos, depois de várias tentativas frustradas, desistiam do queijinho, da alavanca, e iam tentar a sorte por outros meios.
A descoberta genial de Skinner foi que a resposta, pra variar, está no caminho do meio. Portanto atenção à nossa Segunda Lei:
O recurso mais inteligente para induzir um comportamento desejado é dar o prêmio DE VEZ EM QUANDO.
Ele vai lá uma, duas vezes, e nada de queijinho, mas da terceira tem. Às vezes sim, às vezes não.
É também importante que não se estabeleça nenhum padrão fixo que ele possa reconhecer, como uma sim, uma não, ou duas sim, três não, ou sempre às quartas e sextas, ou religiosamente aos domingos, ou qualquer outra série regular.
O padrão intermitente, desordenado e imprevisível é fundamental para que haja sempre uma INCERTEZA quanto ao resultado.
Dessa maneira, o rato fica literalmente obcecado pela alavanca, temeroso de perder alguma boa oportunidade de obter queijinho, que ele não sabe quando se repetirá. Pode ter uma longa série de frustrações mas um só estímulo positivo será capaz de garantir o comportamento por outro longo período. Do mesmo modo, alguns sucessos repetidos não chegam a gerar fastio, pois apenas uma frustração restabelece a ansiedade da incerteza.
Do mesmo modo:
O choque, quando raro e inesperado, será eficaz, mesmo em baixa intensidade.
Ou seja: Birras, ataques, chantagens emocionais e mal-criações devem ser usados apenas em situações extremas, e em dosagens moderadas, para não perder sua eficácia.
Ou seja, gata amiga, sendo imprevisível e não muito chata, seu rato vai ficar lá, pro resto da vida, apertando sua alavanca com afinco.
Não é ótimo?
Aí, se você for esperta, pula em cima dele e
CHEESE!
Ms. Nóvoa, desta vez você foi cruel, MUITO cruel. Cuidado com esse tipo de texto, desse jeito eu gamo! :D
A diferença é que Skinner não tinha outros pesquisadores oferecendo queijo ao rato, ao mesmo tempo.
A pergunta não respondida é: como evitar que outros queijos sejam oferecidos ao rato, nos períodos em que ele não ganha queijo em casa?
Vocês, que são mulheres, que resolvam entre si.
Abraços.
Hahahahaha, sen-sa-cio-nal, Chris. ;o)
Hum, agora bateu uma dúvida : o certo é separar as sílabas de sensacional com hiato ou sem ? Ah, não importa. Tá maravilhoso, o post. :o*
Eu A D O R E I esta teoria!!! Vou aplicá-la imediatamente! Cheese!
¡Arriba, Ligeirinho! Os ratos sempre preferiram as gatas cruéis… MIAU!
Caro Ricardo, de fato não podemos evitar que outros queijinhos se interponham entre nós e nossos ratos. Mas podemos oferecer a ele O MELHOR queijinho, deixando-o viciado no sabor exclusivo de nossa iguaria. E, claro, dar um choquinho básico se ele se engraçar com outros laticínios por aí…
Cynthia, querida, saudades! Eu diria sensacional como você. Ou melhor, eu diria: sensacional como você!!
Isso, Tita, vamos à prática: CHEESE!
beijos felinos
=^.^=
Para o Ricardo: também há o risco de outro rato aparecer e roubar o queijo primeiro. Ou seja, se o rato inicial demorar muito a aparecer, vai acabar de mãos abanando.
Disse tudo, Leila! Ligeirinhos que se apressem… ¡andale, andale!
Dra. Lovesick, acho que a sua avó já aplicava esse método.
Claro, Pecus! Como você acha que ela conseguiu, aos 32 anos, fisgar o meu avô, um cara inteligente, bonito e bem mais novo que ela? As gatas da minha família são espertas há vááááárias gerações… ;o)
Miau pra você!
Chris… pra variar você arrasando… seja como romancista, poeta, ensaísta… e agora, cientista!
Vamos ver se consigo colocar isso em prática! CHEESE!
Beijos felinos pra você também!
=^.^=
Doutora, minha avó paterna era sete anos mais velha que o meu avô, também mandou bem, he he he.
Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!
O amor da Humanidade é uma mentira.
É. E é por isso que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.
O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaíra,
De Messalina e de Sardanapalo?!
Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
— Alavanca desviada do seu fulcro —
E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!
Doutora…você é do peru. Para mim, entretanto, o conselho chegou tarde. Agora estou assim: eu por homem e bode por canoa! rsrs
Doutora…você é do peru. Para mim, entretanto, o conselho chegou tarde. Agora estou assim: eu por homem e bode por canoa! rsrs
Chris, amei a teoria! Não vejo a hora de colocá-la em prática ;).
Patrícia e Viva: a prática é sempre a melhor parte da teoria. Ratos, tremei: CHEESE DJÁ!!
Leila, nossa avós sabiam tudo, vai dizer?! ;o)
Pápi-dos-Anjos, socorro!! Acho que vou deixar este amor imaterial, de uma caveira para outra caveira, para momento post-mortem. Por enquanto, prefiro crer ainda em amor mais… encarnado. Que a ciência experimental me ajude a vencer a soturna tese do poeta!
Dal, mulher, sacode esse pessimismo! Vou te apresentar ao Papi, hein? Vocês vão ficar declamando Augusto dos Anjos um para o outro… ui!!
beijos e ronrons =^.^=
Amei! Amei! Amei!
Por intuição já fazia algo semelhante… agora, então, que a teoria foi catalogada, tive certeza de que o caminho é esse… hehehe… e Deus sabe que meu fraco são os ratinhos…
Beijos.
ô maldade…
Hahahaha! :D
Hummmm que vontade de um CHEESE!
Bem … ja que eu decobri essa (suja) porem bem intencional artemanha de nossas felinas, so me resta contra-atacar… me esperem. :-*