Vamos fazer um Sarau
pra exercitar nossa verve.
Verso bom ou verso mau,
nao importa, tudo serve.
So nao vale acentuar,
que o blog estah com defeito;
nem adianta tentar
que o til nao sera aceito…
nem a cedilha ou o trema,
nem acento agudo ou grave,
entao mande o seu poema
mas livre-o deste entrave.
Sem acento mas com arte
assim eh o nosso sarau:
cada um faz sua parte
neste rico festival.
Traga aqui sua poesia
pra compartilhar com a gente
seu humor, sua alegria,
seu amor triste ou contente.
Este evento nao tem hora,
basta aparecer e pronto.
Este eh o momento, vambora!
Venha logo ao nosso encontro.
Sua presenca eh bem-vinda
e me faz muito feliz.
Apareca hoje ainda!
Beijos e abracos, Chris.
.
(Pra quem nao conhece o esquema do sarau, eh o seguinte: deixe sua contribuicao na caixa de comentarios, que depois eu publico tudo na pagina principal)
.
Ilustracao : “Femme Ecrivant”, P.Picasso,1934 .
Obs: Hoje Picasso estaria fazendo 125 anos.
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Posted by Nelson Moraes at outubro 23, 2006 7:04 PM:
ODE AO TECLADO
Mas um sarau sem acento
Onde eh que jah se viu?
Onde estah o cabimento
de escrever naum sem o til?
O acento agudo cortar
E em vez dele “h” (puro engano!)
Dando ao adverbio “jah”
Nome de deus jamaicano…
Entretanto este atrapalho
Vira vantagem – ou quase
Pros que sofrem pra car…amba
Na hora de usar a crase.
Por isto a ode ao teclado
Que os acentos todos dizima:
A gente escreve errado
E inda pena pra achar rima!
Oh, meu teclado sem nexo
Naum imite os gringos em tudo
Eh taum belo um circunflexo
Que beleza um acento agudo!
Rogo a Chris perdaum sentido
Por neste sarau fazer feio:
Sem acento estou desvestido
E pelado naum poemeio!
:-)
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Posted by christiana at outubro 23, 2006 8:14 PM:
Este Nelson Almirante
eh uma grande figura!
Sujeito muito galante,
de elevada cultura.
Rapaz loquaz, inzoneiro,
de talento sem igual,
tinha que ser o primeiro
a aparecer no sarau!
Modesto como ninguem,
ainda se faz de rogado:
banca o feio e manda bem,
em sua Ode ao Teclado!
;o)
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Posted by arrudA at outubro 23, 2006 8:36 PM:
meio a meio
poema meu
poema
alheio
via lactea
via email
me veio
nem virgula
nem medo
de nada
no meio
disso tudo
que sorteio
esse sarau
doce
tiroteio
beijo de arrudA
.
ps da bula
lactea
aqui rima com
santa
seia
assim a minha
virgula
aqui se rima
com a sua
gula
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Posted by christiana at outubro 23, 2006 8:48 PM:
arrudA
sabe a folha
de sabor
doce / salgado
arrudA
sa’bio poeta
ilustre
iluminado
praticamente um budA
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Posted by arrudA at outubro 24, 2006 12:50 AM:
ainda descontento
assunto outro
assunto
vento
esse sim cem
porcento
sem
assento
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Posted by christiana at outubro 24, 2006 1:10 AM:
com licenssa eu vou arrudA
.
quem foi ao vento perdeu
esse sarau sem assento
e quem se deu bem fui eu
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Posted by Inagaki at outubro 24, 2006 3:11 AM:
Nem sempre funciona bem
Esse tal de Movable Type.
Mas nada como um belo sarau
Com poetas de fino naipe
Para a gente se esquecer
Do motivo desse stress.
Quem sabe, dona Christiana,
Se migrares para o WordPress
O aporrinhamento se resolve?
Enquanto isso, nada que uma boa peleja
Entre versejadores embriagados
Possa resolver, entre versos e cerveja…
E depois, basta selecionar as palavras
De modo que acentos e cedilhas
Tornem-se luxos a se descartar
Em meio a rimas e redondilhas.
……………………………………………………………………………
Posted by christiana at outubro 24, 2006 4:10 AM:
Mestre Inagaki-san
como posso fazer frente
a seus inspirados versos,
e na falta dos acentos,
sem usar lingua malsan,
com erros de portugueis
e os pecados mais diversos?
Pois o resultado eis
e espero que represente
os meus agradecimentos.
Concordo, meu bom amigo:
o Movable Type anda arisco,
dando um monte de defeito,
no entanto temo o risco
de mudar mais uma vez.
Pois imagine comigo:
vai que em vez de uns sinais
(o que, afinal, dah-se um jeito)
ainda perco muito mais
– o contato com vocez?
……………………………………………………………………………
Posted by S Leo at outubro 24, 2006 10:32 AM:
Vou me assentando tranquilo
nessa festa sem acento
se perguntam por que fi-lo
que desejo ou pensamento
me trouxe a esse sarau
que aboliu o circunflexo
o til, o agudo, o iscambau,
essas coisinhas sem nexo
Digo que venho por tara
de ver a velha gramatica
despida, com nova cara
sem a mania antipatica
de marcar o que e escrito
com sinais, penduricalhos
que deixam o estudante aflito
que confundem os pirralhos
Mas vejo que me atrapalho
como inventor sem juizo
como macaco sem galho
como sinal sem aviso
Pois sem acento confundo
a mulher do velho, veia
com veia, vaso profundo,
tudo embaralha a ideia
Entendo vogal aberta
como se fosse fechada
nao sei a pronuncia certa
nem qual a palavra errada
Tento um truque bem antigo
que um velho teletipista
ensinou, meu velho amigo!
(conheci numa revista)
O truque eh usar o “H”
no lugar do acento agudo
Idehia melhor nao hah
mas nao soluciona tudo
Quem sabe meu filho ensina
a lingua que uma menina
lhe passou pela Internet
(rapaz, ele pinta o sete!)
Para a negativa, naum
o resto naum sei, nem gostei
de tamanha confusaum
com a lingua que sempre amei
Volto ao teletipista
esse verdadeiro artista
que com grande maestria
em toda lingua escrevia
Para a crase eu dobro o A
e, aa toda velocidade
caminho, de lah para cah,
desconsolado, eh verdade
porque a falta dos acentos
eh problema insuperavel
e em meio a tantos tormentos
fiz esse texto execravel.
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Posted by arrudA at outubro 24, 2006 12:33 PM:
quem se arrisca
no rabisco
corre sempre algum
risco
movable type
tipo isso
chamar maria
de corisco
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Posted by: claudio gama lobo at outubro 24, 2006 12:43 PM:
Voce sabe, minha amiga,
Que poeta eu naum sou
Como eu faco entaum, me diga
Um pereba naum faz gol
Quando muito, eu arrisco
Umas letrinhas no escuro
Saum a esmo, sem capricho
Pois somente eu escuto
Quis mandar uma que fiz
Para uma voz feminina
Mas achei que naum condiz
Passei a borracha por cima
Vou parar com esta gracinha
Sem acento e sem encosto
Antes queu desperte a ira
Dessa gente de bom gosto
Gostei do sarau via web
Ido a um eu nunca tinha
Quando houver outro me leve
Soh pra ouvir, sem coisa minha
……………………………………………………………………………
Posted by MarcosVP at outubro 24, 2006 12:47: PM:
REPENTELHO
Eu que venho do norte,
bem de riba do Brasil
vou jogar a minha sorte
num repente varonil
pra mostrar nesse momento
que mesmo sem ter acento
faz-se o que nunca se viu
trovejo, rimo e ponteio
de todo jeito e qualidade
versejo, bonito e feio
e verborreio em quantidade
e assim, jogando sem pena
as palavras nesse poema
lhes confirmo essa verdade
tem palavreado mui rico
nossa portuguesa fala
e mesmo se sem acentos fico
nem assim mi’a verve cala
tudo tenho na cachola
e vou dando tratos na bola
tirando mil versos da mala
e educado, quero agradecer
por este nicho faceiro
que se abriu para eu escrever
esse meu verso fuleiro
tenho aqui toda a alegria
amizade, prazer e “furria”
que valem mais que todo dinheiro.
MarcosVP.
……………………………………………………………………………
Posted by Marcos Chrispim at outubro 24, 2006 1:11 PM:
(meus queridos co-poetas
de tao elevada patente
me permitam introduzir-me
um tanto humildemente
sei que o assunto nao eh doce
mas eh de alta gravidade
– e ainda que nao fosse,
tem muita atualidade –
sendo assim, sem mais demora
apresento alguns versinhos
que andei escrevendo outrora
e ajeitei hoje cedinho
o nome do meu poema
eh “TIO SAM” – dedicado
ao nosso irmao do norte,
tao generoso e amado:)
==============
“Eu tenho um tio
muito irreverente –
so de sacanagem,
poe mercurio no meu tomate
e chumbo na pasta de dente!…
Titio eh sensacular
– ele eh espetacional:
a oito mil quilometros,
le o brilho dos meus olhos
e a manchete do jornal…
Diz que roupas devo usar,
qual a melhor conducao,
que musicas posso dansar,
me ensina alimentacao,
me empresta dinheiro (a juros),
me da toda orientacao!
Titio eh cosmopolita –
ele estah em toda parte
(ou, pelo menos, quer estar):
esteve na Lua, esteve em Marte,
Coreia, Vietnam, Bagdah…
Manda tres mil empreiteiros
pouco depois do ataque
pra fazer pistas e pontes
no deserto do Iraque!
(Como eh aereo esse meu tio…
mandar fazer ponte sem agua!
Coisas doidas, como fez
ha tempos la em Managua…)
Sujeito incisivo taih –
parece mocinho de bang-bang:
se nao ha rio, faz um –
de lagrimas…
Se nao ha lagrimas, faz um
de sangue!”
.
CARA AMIGA CHRISTIANA,
DE TÃÆO NOBRE OBJETIVO,
FAÃâ¡O AQUI UM TESTE SIMPLES
DE MODO QUASE FURTIVO
Ãâ° QUE, A MENOS QUE ME ENGANE,
EM MAIÃsËSCULAS ESCREVENDO
O SISTEMA QUE SE DANE
E OS ACENTOS EU VOU VENDO…
ME CORRIJA CASO ESTEJA
ESTE AMIGO ENGANADO
MAS ME PARECEU QUE HAVIA
A SOLUCÃÆO ENCONTRADO!…
……………………………………………………………………………
Posted by gugala at outubro 24, 2006 3:58 PM:
100 acento
puro acinte
100 assento
pro ouvinte
100 acento
claro escarnio
100 alento
pro capricornio
sem acento
eu me sinto
um trapacento
e sem pinto
.
sem acento
fico atonito
tanto lamacento
quanto atonico
sem acento
me sinto atavico
do purulento
e do muito ataxico
sem acento
pouco atico
qual xexelento
e pouco pratico
……………………………………………………………………………
Posted by christiana at outubro 24, 2006 5:10 PM:
Meus amados, mil perdoens
pela demora em postar
eh que a minha internet
esteve o dia inteiro
flanando fora do ar
e agora me compete
dar um retorno maneiro
mas saum tantas emossoens…..
.
Sergio Leo, nem sei que digo…
teu talento, meu amigo
me deixa ateh sem palavra!
os versos da tua lavra
teem verve e humor genial
teem ritmo e sentimento
e ateh de um mote fraco
como a falta de acento
sabem fazer grande arte!
Pois eu cah de minha parte
desconfio do meu taco
mas digo que ehs o tal!
.
arrudA sempre me ajuda
a coriscar mais um risco
.
Claudio eh um fingidor
que finge naum ser poeta.
Sua arte eh mais completa,
porque a musica eh poesia
encantando a melodia
com palavras de amor
.
Marcos VP, que eh nortista
e antes de tudo um forte
mostra que um grande artista
com nada se apoquenta.
Sem acento, naum se assenta
e o entrave vira mote
pra disparar o repente:
lah vem ele, sai da frente…. ;-)
.
Outro Marcos, mas Chrispim
Vejam que grata surpresa!
Um grande espanto pra mim
foi descobrir, que beleza,
que o rapaz eh bom poeta!
Ohtimo esse seu Tio,
sujeitinho radical.
Fiquei passada com o rio
do desfecho – magistral!
.
Guga
poeta-arquiteto
constroi poema
concreto
esteta do sintehtico
atleta do sinteco
eco eco eco
ao cubo
ente 100 precedentes
100pre
100sacional
.
……………………………………………………………………………
Posted by Marcos Chrispim at outubro 25, 2006 2:24 AM:
Mas que ingenuidade a minha!
Querer achar a saida
pro problema dos acentos
numa unica investida…
Ja tentaram, uns duzentos!
(achei que usando maiusculas
no site dava um quinau
e ainda ganhava um osculo
da dona desse sarau)
se enlutou minha pessoa
ao ver que o truque naufragou –
mas eu nao me dobro a toa
e outro jeito ainda dou…
……………………………………………………………………………
Posted by Jair Portela at outubro 25, 2006 7:34 PM:
Uma vez tentei fazer poema
Cocei a cabeca, machuquei os dedos
A ponto de produzir um edema
E nada. Texto pobre, cheio de medos.
Entao parti para a folha aberta, franca
Disse-me: âvou escrever cronicaâ.
Ai olhei aquela imaculada folha branca,
E zaz! Risquei em velocidade supersonica.
O que escrevi nao lembro, de certo foi vago.
E tambem nao era bem o eu queria.
Queria fazer rir, chorar,produzir algum estrago
Desta forma como falo, sem muita alegoria.
Assim,um dia me acho, outro dia me perco.
Escrevo um texto assim, outro assado.
Mas ate agora ninguém jogou esterco,
E penso que achei qual o meu lado.
Escrever, escrevo, mas por um triz,
E o que faço nunca reviso para arrumar.
Fiz estas âcoisinhasâ a pedido da Cris
E já não tenho muito mais para rimar.
……………………………………………………………………………
Posted by Herbert Farias at outubro 26, 2006 10:35 AM:
Tentei escrevinhar ponde de lado acento e til
cedilhas atirei em meus por? pra mais de mil
Mas fato ?ue n?ando muito em paz com as internetes
E gosto, por pirra? de esnobar suas enquetes
Motivo por que fa?destas linhas minha aposta
Fiel a meus acentos h?e ser minha resposta.
E a nobre Christiana h?e ser a testemunha
Da mor dificuldade que ?ompor, mais que eu supunha
Estrofes varonis se n?h?is que as adornem
E tal qual bom rebento, meus acentos ao lar tornem!
Que a bela flor do L?o sem sinal que a esclare?
Parece mato reles que por m?oice pere?
E praza aos c? que a musa Christiana n?se ofenda
Se nego meu gosto pleno pela causa dessa agenda
Que mede em dias t?breves a vida de um idioma
Em nome desses chav?que me parecem mera soma
De v?os dos tais programas que n?querem se adequar,
E volto aos por?aflito, que as cedilhas vou salvar.
……………………………………………………………………………
Posted by christiana at outubro 26, 2006 5:57 PM:
Amigo Herbert Faria
Eu juro que preferia
escrever corretamente
utilizando os acentos,
contudo a realidade
eh que o raio do sistema
naum quer, o mal-educado!
E observo tristemente
que o seu belo poema
ficou todinho truncado…
.
O meu amigo Chrispim
tentou e naum conseguiu
driblar o tal do defeito
mas jura que naum desiste
ateh descobrir um jeito…
esse cara naum existe!
.
O Jair jah fez ateh
castelos de guardanapo
mas a modestia eh seu lema
e agora vem com esse papo
de que escreve assim assim…
que mentiroso ele eh! … ;o)
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Posted by dado at outubro 29, 2006 4:01 AM:
demorei a enviar, meu tempo eh lento.
mas quem tem arruda nao se aperreia.
esse poema foi extraido de um poema dele, grande poeta com nome de planta.
a vida invade
e se a vida invade
deixar que a vida invada
feito ar
ou feito agua
se a agua passar do peito
se o jeito for afogar?
nada
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Posted by dalva at outubro 29, 2006 10:50 AM:
A OLIVETTI ARGENTINA
Eu tive uma maquininha,
Olivetti da Argentina
Que ganhei de formatura
De um cardiologista emigrado.
Nela, escrevi poemas,
Resolvi nossos problemas,
Copiei tangos, boleros
E receitas de empanada.
Nela, eu datilografava,
(Ainda nao digitava)
Longas listas esquecidas
Sobre gentes e lugares.
Em Buenos Aires, La Boca,
San Rafael em Mendoza,
Vinho, churrasco, puchero,
O mate amargo, a poesia.
Fronterizos, Chalchaleros,
Carlos Gardel, Los Nocheros,
Mercedes e Julio Sosa,
Cambalache, Caminito.
Nela, eu louvei Guevara,
Neruda e Violeta Parra,
Martin Fierro e San Martin,
Boca Juniors, River Plate.
“Uno busca lleno de esperanza”
Canta um tango, na lembranca,
Passou o tempo e agora,
Eu estou aqui: e agora?
……………………………………………………………………………
Posted by Marcos Chrispim at outubro 29, 2006 12:37 PM:
haikai meteorologico
PASSA DEPRESSA
DEPRESSINHA
DEPRESSAO
……………………………………………………………………………
Posted by christiana at outubro 29, 2006 9:29 PM:
Quase no ultimo ato
vem quem nao tinha chegado
meu irmao-amigo Dado
cineasta-ator-poeta
Gentileza de profeta
e difusor de Boato
trazendo em sua poesia
agua, ar, luz, poeria
e um raminho de arrudA
– pois planta boa dah muda!
.
A grande Dalva Ferreira
minha mui querida Dal
escritora de primeira
traz poema genial
sobre a sua Olivetti
maquininha argentina
(gente coisa eh outra fina!)
dos tempos pre-internet
.
Marcos Chrispim, que tem pressa
em curar a depressao
fez um haicai bom aa bessa
para a nossa diversao
.
Nao eh por nada nao, meu povo
mas o Sarau tah demais!
O Lula ganhou de novo
o cargo de presidente
mas eu ganhei muito mais:
a poesia dessa gente
que veio, viu e venceu
a vergonha, a timidez
pro deleite de voces…
e a mais feliz sou eu!
Ateh agora foi ohtimo…
e quem vai dizer o prohximo?
……………………………………………………………………………
Posted by Erica at novembro 1, 2006 11:48 PM:
Tudo sem acento,
que desafio !
pra que esperar?
preciso falar
100 por cento
no meu derradeiro alento
da lua,
distante
fora do alcance
da agonia
que me maltrata
e esconde no meu peito
a saudade
do teu cheiro
do teu beijo
urgente
veneno
que me vicia
e me faz esperar noite e dia
por um gesto seu
……………………………………………………………………………
Posted by christiana at novembro 2, 2006 4:16 PM:
EriQuinha, que alegria
Seja bem-vinda ao Sarau!
Doutora em coisas do peito
demonstrou que leva jeito
pra falar de sentimento
(posto que poeta e louco
todo mehdico eh um pouco)
E pra curar sua loucura…
sinto muito, nao tem cura!
mas tem algo que alivia:
Jah que o amor nao tem assento
Que nos alente a poesia!
……………………………………………………………………………
Posted by S Leo at novembro 2, 2006 9:02 PM:
Ficou bonito o sarau
minha cara Christiana
mas se pensas que me engana
com essa manha genial
percebo que comecaste
de fato apenas de festa
mas logo improvisaste
como minha trova atesta
e paralisaste tudo
o sarau como pretexto
ficou todo o resto mudo
teu blogue sem novo texto
agora tu, preguicosa
comentas apenas os amigos
tua verve saborosa
descansa em posts antigos
……………………………………………………………………………
Posted by christiana at novembro 6, 2006 3:28 PM:
Tem razao o Sergio Leo
quando diz que ultimamente
calei o verso e a prosa
e tenho vindo somente
comentar cah no Sarau…
Amigo, nao leve a mal,
nao me entregue ao bedel
e nem avise a policia!
Assumo: sou preguicosa
e bem sei que a preguica
eh pecado muito feio.
Porem, jah que voce veio
ajude esta sua amiga
a ludibriar o povo
c’um versinho picareta
pra fingir que sou poeta
afiada no repente.
Nao tenho grande talento
e nem tampouco juizo
contudo sou persistente
e tentar, eu bem que tento…
portanto, Sergio, me diga
mais um verso de improviso
que eu comento aqui de novo!
……………………………………………………………………………
Posted by dalva at novembro 8, 2006 7:35 AM:
HIDROGRAFIA
Eu vivo a vida em verso,
Ainda que fale em prosa.
Vou correndo como o rio
De aguazinhas obscuras:
Nem sempre vem coisa boa,
Tem sujeira e tem tapera.
Tem tranqueira despencada,
Das beiradas corrompidas.
Nem sempre fala do amor,
Do abandono, da tristeza.
Mas fala somente daquilo
Que arrasta pelo caminho.
Eu vivo a vida em verso,
Ainda que fale em prosa:
A hidrografia do poeta
Sucede conter poesia.
……………………………………………………………………………
Posted by Marcos Chrispim at novembro 8, 2006 3:13 PM:
Minha cara Christiana,
que eh versada em prosa e trova
e sempre tem poesia nova
pra botar nesse sarau –
por favor nao leve a mal
minha humilde intervencao
mas tenho uma intuicao
(e essa nunca me engana)
que a vontade desse povo
que gosta de versejar
e o mundo encantar
com seus ditos inspirados
eh ter livros publicados –
reunir os seus poemas
e armar um bom esquema
pra fazer tudo de novo…
Por isso pergunto agora,
sem ser inconveniente:
como exibir essa gente
a todos, sem mais demora?
Qual sera esse caminho?
Estar no ciberespaco
sem duvida ja eh um passo
mas nada como um livrinho!
Acaso seria viavel
uma edicao coletiva
feito cooperativa
memo que despretensiosa?
Porque acho inaceitavel
um acinte, um disparate
que gente desse quilate
ainda nao esteja famosa!…
……………………………………………………………………………
Posted by sergio leo at novembro 9, 2006 7:51 AM:
Ai Chris, desta vez fui eu
quem fugiu do desafio
o trabalho me prendeu
nem me deixa dar um pio
por isso, desconsolado
deixo a trova proutro dia
em que, menos atolado,
eu volte para a alegria
……………………………………………………………………………
Posted by Andrea Pacha at novembro 11, 2006 4:10 PM:
E antes de tudo
Era o Verbo
Sem acento
Sem cedilha
Sem excesso
Pra que complicar?
……………………………………………………………………………
Posted by christiana at novembro 13, 2006 1:10 PM:
Bom poeta aa casa torna
como provam Sergio Leo
a Dalva e o Chrispim
Ou entao vem de surpresa
como a Andrea Pachah
a tempo da sobremesa
que esse caldo nao entorna
Sarau de bamba eh assim
e este nosso tah que tah
mas nao somos de escarceu
vamos na boca pequena
Concordo meu caro Marcos
que o grupo aqui reunido
eh tao bom que merecia
ser noticia aos quatro ventos
mas meus recursos sao parcos
bem mais do que os meus intentos
entao a nossa poesia
periga cair no olvido
a nao ser que um editor
do tipo que a sorte gosta
de estilo visionario
que em aventuras se jogue
buscando algo diferente
venha parar ca no blog
e, lendo, caia de amor
pelos versinhos da gente
Vejamos sua proposta:
um contrato milionario
pra gente viver de brisa
da furia que abrasa a alma
da cama que nos acalma
da cisma que poetiza
……………………………………………………………………………
Posted by QUINHA at novembro 22, 2006 2:48 AM:
Olhar nos seus olhos de menino,
aperta forte o meu peito.
Sorriso marcado no rosto,
esconde todo o teu medo.
N?me pergunte mais se vais morrer.
Com puro veneno,
mata teu destino na veia.
N?vai embora,
fica um pouco mais.
N?quero um ponto final.
Quero despertar
e ver que tudo ?gual.
……………………………………………………………………………
Posted by Sergio Leo at novembro 23, 2006 4:46 PM:
Dona Chris, que aconteceu?
cansou da vida blogueira?
Ou o problema sou eu,
aqui sem eira nem beira
pensando em outros aflitos,
no bando que sofre calado
vendo, assim, abandonado
um de seus blogues favoritos?
Sem alento, sem carinho
(e sem acento, coitadinho)!
……………………………………………………………………………
Posted by Biajoni at novembro 24, 2006 5:44 PM:
lição de poema:
fácil fazer um poema:
escreva uma frase
qualquer, rime com ema,
procure não usar crase.
manda o figurino que
cada verso tenha sete
sÃlabas – mas nem precisa:
os dois últimos têm oito.
sete ou oito, não importa
(que tenha nove, ou cinco)
nem a rima, essa é morta
a diferença é o som.
(é assim desde Drummond)
divida tudo em versos
de quatro só para ficar
bonito; uns esparsos
fazem ficar esquisito.
como tem pouca gente
que realmente entende,
faça cara de letrado
e todos vão te achar poeta nato.
:>)
……………………………………………………………………………
Posted by christiana at novembro 13, 2006 1:10 PM:
Biajoni, tua receita
de poema eh inspiradora
e o que dizer da doutora
Quinha e seus versos de amor?
O Sergio Leo reclamou
que eu abandonei o blog
e antes que alguem me jogue
mais queixumes na caixinha
assumo que a culpa eh minha
mas rogo por paciencia:
eu tardo mas volto um dia
felizmente a poesia
tem um apelo mais forte
do que a minha indolencia
e minhas letras incertas
sou uma blogueira de sorte
pois visitam-me poetas
de elevado gabarito
e o sarau segue bonito
tanto assim que resolvi
agora e daqui pra frente
ter um SARAU PERMANENTE
acontecendo aqui
nesta pagina eu reuno
este sarau e os antigos
tornando sempre oportuno
poetar com os amigos
……………………………………………………………………………
Posted by Sergio Leo at novembro 25, 2006 6:58 PM:
Chris, por artes da Internet
com o tempo pintaste o sete
Distraido, o Bia ignora
que o saite bota acentos fora
escreveu bem, como quis
(versos belos, quero bis)
mas tu, Chris, nem sei que jeito
deste aqui, mas foi bem-feito,
para responder, num dia,
semana antes do post do Bia.
no vinte e quatro ele escreveu,
e, antes, no dezessete,
o seu post respondeu
coisas, mesmo da Internet,
como eu disse, no comecinho
deste texto, bem bobinho.
O fato eh que ando intrigado
com esse blogue enrolado
que, em acentos, sempre falha
e o tempo, agora, embaralha
(mas, carece que se diga
pra agradecer a essa amiga:
bem bolado, este sarau
que segue, sem ter final)
……………………………………………………………………………
Posted by christiana at novembro qualquer coisa
Sergio, foi um ato falho
Copiei um cabecalho
mas dancei no quebra-galho
fiz o maior embaralho
troquei alho por bugalho
e se meterem o malho
reclamando que eu espalho
datas falsas e o cascalho
demonstro que pouco valho
fujo no primeiro atalho
e dou uma de espantalho:
confundir eh o meu trabalho…
:)
agora eh sua vez…
ODE AO TECLADO
Mas um sarau sem acento
Onde eh que jah se viu?
Onde estah o cabimento
de escrever naum sem o til?
O acento agudo cortar
E em vez dele “h” (puro engano!)
Dando ao adverbio “jah”
Nome de deus jamaicano…
Entretanto este atrapalho
Vira vantagem – ou quase
Pros que sofrem pra car…amba
Na hora de usar a crase.
Por isto a ode ao teclado
Que os acentos todos dizima:
A gente escreve errado
E inda pena pra achar rima!
Oh, meu teclado sem nexo
Naum imite os gringos em tudo
Eh taum belo um circunflexo
Que beleza um acento agudo!
Rogo a Chris perdaum sentido
Por neste sarau fazer feio:
Sem acento estou desvestido
E pelado naum poemeio!
:-)
Este Nelson Almirante
eh uma grande figura!
Sujeito muito galante,
de elevada cultura.
Rapaz loquaz, inzoneiro,
de talento sem igual,
tinha que ser o primeiro
a aparecer no sarau!
Modesto como ninguem,
ainda se faz de rogado:
banca o feio e manda bem,
em sua Ode ao Teclado!
;o)
meio a meio
poema meu
poema
alheio
via lactea
via email
me veio
nem vigula
nem medo
de nada
no meio
disso tudo
que sorteio
esse sarau
doce
tiroteio
beijo de arrudA
.
ps da bula
lactea
aqui rima com
santa
seia
assim a minha
virgula
aqui se rima
com a sua
gula
arrudA
sabe a folha
de sabor
doce / salgado
arrudA
s’abio poeta
ilustre
iluminado
praticamente um budA
.
beijo!
ainda descontento
assunto outro
assunto
vento
esse sim cem
porcento
sem
assento
com licenssa eu vou arrudA
quem foi ao vento perdeu
esse sarau sem assento
e quem se deu bem fui eu
Nem sempre funciona bem
Esse tal de Movable Type.
Mas nada como um belo sarau
Com poetas de fino naipe
Para a gente se esquecer
Do motivo desse stress.
Quem sabe, dona Christiana,
Se migrares para o WordPress
O aporrinhamento se resolve?
Enquanto isso, nada que uma boa peleja
Entre versejadores embriagados
Possa resolver, entre versos e cerveja…
E depois, basta selecionar as palavras
De modo que acentos e cedilhas
Tornem-se luxos a se descartar
Em meio a rimas e redondilhas.
Mestre Inagaki-san
como posso fazer frente
a seus inspirados versos,
e na falta dos acentos,
sem usar lingua malsan,
com erros de portugueis
e os pecados mais diversos?
Pois o resultado eis
e espero que represente
os meus agradecimentos.
Concordo, meu bom amigo:
o Movable Type anda arisco,
dando um monte de defeito,
no entanto temo o risco
de mudar mais uma vez.
Pois imagine comigo:
vai que em vez de uns sinais
(o que, afinal, dah-se um jeito)
ainda perco muito mais
– o contato com vocez?
Vou me assentando tranquilo
nessa festa sem acento
se perguntam por que fi-lo
que desejo ou pensamento
me trouxe a esse sarau
que aboliu o circunflexo
o til, o agudo, o iscambau,
essas coisinhas sem nexo
Digo que venho por tara
de ver a velha gramatica
despida, com nova cara
sem a mania antipatica
de marcar o que e escrito
com sinais, penduricalhos
que deixam o estudante aflito
que confundem os pirralhos
Mas vejo que me atrapalho
como inventor sem juizo
como macaco sem galho
como sinal sem aviso
Pois sem acento confundo
a mulher do velho, veia
com veia, vaso profundo,
tudo embaralha a ideia
Entendo vogal aberta
como se fosse fechada
nao sei a pronuncia certa
nem qual a palavra errada
Tento um truque bem antigo
que um velho teletipista
ensinou, meu velho amigo!
(conheci numa revista)
O truque eh usar o “H”
no lugar do acento agudo
Idehia melhor nao hah
mas nao soluciona tudo
Quem sabe meu filho ensina
a lingua que uma menina
lhe passou pela Internet
(rapaz, ele pinta o sete!)
Para a negativa, naum
o resto naum sei, nem gostei
de tamanha confusaum
com a lingua que sempre amei
Volto ao teletipista
esse verdadeiro artista
que com grande maestria
em toda lingua escrevia
Para a crase eu dobro o A
e, aa toda velocidade
caminho, de lah para cah,
desconsolado, eh verdade
porque a falta dos acentos
eh problema insuperavel
e em meio a tantos tormentos
fiz esse texto execravel.
quem se arrisca
no rabisco
corre sempre algum
risco
movable type
tipo isso
chamar maria
de corisco
Voce sabe, minha amiga,
Que poeta eu naum sou
Como eu faço entaum, me diga
Um pereba naum faz gol
Quando muito, eu arrisco
Umas letrinhas no escuro
Saum a esmo, sem capricho
Pois somente eu escuto
Quis mandar uma fiz
Para uma voz feminina
Mas achei que naum condiz
Passei a borracha por cima
Vou parar com esta gracinha
Sem acento e sem encosto
Antes queu desperte a ira
Dessa gente de bom gosto
Gostei do sarau via web
Ido a um eu nunca tinha
Quando houver outro me leve
Soh pra ouvir, sem coisa minha
REPENTELHO
Eu que venho do norte,
bem de riba do Brasil
vou jogar a minha sorte
num repente varonil
pra mostrar nesse momento
que mesmo sem ter acento
faz-se o que nunca se viu
trovejo, rimo e ponteio
de todo jeito e qualidade
versejo, bonito e feio
e verborreio em quantidade
e assim, jogando sem pena
as palavras nesse poema
lhes confirmo essa verdade
tem palavreado mui rico
nossa portuguesa fala
e mesmo se sem acentos fico
nem assim mi’a verve cala
tudo tenho na cachola
e vou dando tratos na bola
tirando mil versos da mala
e educado, quero agradecer
por este nicho faceiro
que se abriu para eu escrever
esse meu verso fuleiro
tenho aqui toda a alegria
amizade, prazer e “furria”
que valem mais que todo dinheiro.
MarcosVP.
(meus queridos co-poetas
de tao elevada patente
me permitam introduzir-me
um tanto humildemente
sei que o assunto nao eh doce
mas eh de alta gravidade
– e ainda que nao fosse,
tem muita atualidade –
sendo assim, sem mais demora
apresento alguns versinhos
que andei escrevendo outrora
e ajeitei hoje cedinho
o nome do meu poema
eh “TIO SAM” – dedicado
ao nosso irmao do norte,
tao generoso e amado:)
==============
“Eu tenho um tio
muito irreverente –
so de sacanagem,
poe mercurio no meu tomate
e chumbo na pasta de dente!…
Titio eh sensacular
– ele eh espetacional:
a oito mil quilometros,
le o brilho dos meus olhos
e a manchete do jornal…
Diz que roupas devo usar,
qual a melhor conducao,
que musicas posso dansar,
me ensina alimentacao,
me empresta dinheiro (a juros),
me da toda orientacao!
Titio eh cosmopolita –
ele estah em toda parte
(ou, pelo menos, quer estar):
esteve na Lua, esteve em Marte,
Coreia, Vietnam, Bagdah…
Manda tres mil empreiteiros
pouco depois do ataque
pra fazer pistas e pontes
no deserto do Iraque!
(Como eh aereo esse meu tio…
mandar fazer ponte sem agua!
Coisas doidas, como fez
ha tempos la em Managua…)
Sujeito incisivo taih –
parece mocinho de bang-bang:
se nao ha rio, faz um –
de lagrimas…
Se nao ha lagrimas, faz um
de sangue!”
CARA AMIGA CHRISTIANA,
DE TÃO NOBRE OBJETIVO,
FAÃO AQUI UM TESTE SIMPLES
DE MODO QUASE FURTIVO
à QUE, A MENOS QUE ME ENGANE,
EM MAIÃSCULAS ESCREVENDO
O SISTEMA QUE SE DANE
E OS ACENTOS EU VOU VENDO…
ME CORRIJA CASO ESTEJA
ESTE AMIGO ENGANADO
MAS ME PARECEU QUE HAVIA
A SOLUCÃO ENCONTRADO!…
100 acento
puro acinte
100 assento
pro ouvinte
100 acento
claro escarnio
100 alento
pro capricornio
sem acento
eu me sinto
um trapacento
e sem pinto
sem acento
fico atonito
tanto lamacento
quanto atonico
sem acento
me sinto atavico
do purulento
e do muito ataxico
sem acento
pouco atico
qual xexelento
e pouco pratico
Meus amados, mil perdoens
pela demora em postar
eh que a minha internet
esteve o dia inteiro
flanando fora do ar
e agora me compete
dar um retorno maneiro
mas saum tantas emossoens…..
.
Sergio Leo, nem sei que digo…
teu talento, meu amigo
me deixa ateh sem palavra!
os versos da tua lavra
teem verve e humor genial
teem ritmo e sentimento
e ateh de um mote fraco
como a falta de acento
sabem fazer grande arte!
Pois eu cah de minha parte
desconfio do meu taco
mas digo que ehs o tal!
.
arrudA sempre me ajuda
a coriscar mais um risco
.
Claudio eh um fingidor
que finge naum ser poeta.
Sua arte eh mais completa,
que a musica eh poesia
encantando a melodia
com palavras de amor
.
Marcos VP, que é nortista
e antes de tudo um forte
mostra que um grande artista
com nada se apoquenta.
Sem acento, naum se assenta
e o entrave vira mote
pra disparar o repente:
lah vem ele, sai da frente…. ;-)
.
Outro Marcos, mas Chrispim
Vejam que grata surpresa!
Um grande espanto pra mim
foi descobrir, que beleza,
que o rapaz eh bom poeta!
Ohtimo esse seu Tio,
sujeitinho radical.
Fiquei passada com o rio
do desfecho – magistral!
.
Guga
poeta-arquiteto
constroi poema
concreto
esteta do sintehtico
atleta do sinteco
eco eco eco
ao cubo
ente 100 precedentes
100pre
100sacional
.
…
Mas que ingenuidade a minha!
Querer achar a saida
pro problema dos acentos
numa unica investida…
Ja tentaram, uns duzentos!
(achei que usando maiusculas
no site dava um quinau
e ainda ganhava um osculo
da dona desse sarau)
se enlutou minha pessoa
ao ver que o truque naufragou –
mas eu nao me dobro a toa
e outro jeito ainda dou…
Tentei escrevinhar ponde de lado acento e til
cedilhas atirei em meus por? pra mais de mil
Mas fato ?ue n?ando muito em paz com as internetes
E gosto, por pirra? de esnobar suas enquetes
Motivo por que fa?destas linhas minha aposta
Fiel a meus acentos h?e ser minha resposta.
E a nobre Christiana h?e ser a testemunha
Da mor dificuldade que ?ompor, mais que eu supunha
Estrofes varonis se n?h?is que as adornem
E tal qual bom rebento, meus acentos ao lar tornem!
Que a bela flor do L?o sem sinal que a esclare?
Parece mato reles que por m?oice pere?
E praza aos c? que a musa Christiana n?se ofenda
Se nego meu gosto pleno pela causa dessa agenda
Que mede em dias t?breves a vida de um idioma
Em nome desses chav?que me parecem mera soma
De v?os dos tais programas que n?querem se adequar,
E volto aos por?aflito, que as cedilhas vou salvar.
Amigo Herbert Faria
Eu juro que preferia
escrever corretamente
utilizando os acentos,
contudo a realidade
eh que o raio do sistema
naum quer, o mal-educado!
E observo tristemente
que o seu belo poema
ficou todinho truncado…
O meu amigo Chrispim
tentou e naum conseguiu
driblar o tal do defeito
mas jura que naum desiste
ateh descobrir um jeito…
esse cara naum existe!
O Jair jah fez ateh
castelos de guardanapo
mas a modestia eh seu lema
e agora vem com esse papo
de que escreve assim assim…
que mentiroso ele eh! … ;o)
…
demorei a enviar, meu tempo é lento.
mas quem tem arruda não se aperreia.
esse poema foi extraÃdo de um poema dele, grande poeta com nome de planta.
a vida invade
e se a vida invade
deixar que a vida invada
feito ar
ou feito água
se a água passar do peito
se o jeito for afogar?
nada
A OLIVETTI ARGENTINA
Eu tive uma maquininha,
Olivetti da Argentina
Que ganhei de formatura
De um cardiologista emigrado.
Nela, escrevi poemas,
Resolvi nossos problemas,
Copiei tangos, boleros
E receitas de empanada.
Nela, eu datilografava,
(Ainda não digitava)
Longas listas esquecidas
Sobre gentes e lugares.
Em Buenos Aires, La Boca,
San Rafael em Mendoza,
Vinho, churrasco, puchero,
O mate amargo, a poesia.
Fronterizos, Chalchaleros,
Carlos Gardel, Los Nocheros,
Mercedes e Julio Sosa,
Cambalache, Caminito.
Nela, eu louvei Guevara,
Neruda e Violeta Parra,
Martin Fierro e San Martin,
Boca Juniors, River Plate.
“Uno busca lleno de esperanza”
Canta um tango, na lembrança,
Passou o tempo e agora,
Eu estou aqui: e agora?
PS – Querida Doutora Helena: pode estar meio fora do tema, mas foi o santo que me baixou aqui e agora.
Saravei!
haikai meteorologico
PASSA DEPRESSA
DEPRESSINHA
DEPRESSAO
Quase no ultimo ato
vem quem nao tinha chegado
meu irmao-amigo Dado
cineasta-ator-poeta
Gentileza de profeta
e difusor de Boato
Trazendo em sua poesia
agua, ar, luz, poeria
e um raminho de arrudA
– pois planta boa dah muda!
A grande Dalva Ferreira
minha mui querida Dal
escritora de primeira
traz poema genial
sobre a sua Olivetti
maquininha argentina
(gente coisa eh outra fina!)
dos tempos pre-internet
Marcos Chrispim, que tem pressa
em curar a depressao
fez um haicai bom aa bessa
para a nossa diversao
Nao eh por nada nao, meu povo
mas o Sarau tah demais!
O Lula ganhou de novo
o cargo de presidente
mas eu ganhei muito mais:
a poesia dessa gente
que veio, viu e venceu
a vergonha, a timidez
pro deleite de voces…
e a mais feliz sou eu!
Ateh agora foi ohtimo…
e quem vai dizer o prohximo?
Tudo sem acento,
que desafio !
pra que esperar?
preciso falar
100 por cento
no meu derradeiro alento
da lua,
distante
fora do alcance
da agonia
que me maltrata
e esconde no meu peito
a saudade
do teu cheiro
do teu beijo
urgente
veneno
que me vicia
e me faz esperar noite e dia
por um gesto seu
Ficou bonito o sarau
minha cara Christiana
mas se pensas que me engana
com essa manha genial
percebo que comecaste
de fato apenas de festa
mas logo improvisaste
como minha trova atesta
e paralisaste tudo
o sarau como pretexto
ficou todo o resto mudo
teu blogue sem novo texto
agora tu, preguicosa
comentas apenas os amigos
tua verve saborosa
descansa em posts antigos
Tem razao o Sergio Leo
quando diz que ultimamente
calei o verso e a prosa
e tenho vindo somente
comentar cah no sarau…
Amigo, nao leve a mal,
nao apronte um escarceu
e nem avise a policia!
Assumo: sou preguicosa
e bem sei que a preguica
eh pecado muito feio.
Porem, jah que voce veio
ajude aqui sua amiga
a ludibriar o povo
com um versinho picareta
pra fingir que sou poeta
afiada no repente.
Nao tenho grande talento
contudo sou persistente
e tentar, eu bem que tento…
portanto, Sergio, me diga
mais um verso de improviso
que eu comento aqui de novo!
HIDROGRAFIA
Eu vivo a vida em verso,
Ainda que fale em prosa.
Vou correndo como o rio
De aguazinhas obscuras:
Nem sempre vem coisa boa,
Tem sujeira e tem tapera.
Tem tranqueira despencada,
Das beiradas corrompidas.
Nem sempre fala do amor,
Do abandono, da tristeza.
Mas fala somente daquilo
Que arrasta pelo caminho.
Eu vivo a vida em verso,
Ainda que fale em prosa:
A hidrografia do poeta
Sucede conter poesia.
(CORRECAO – 1 palavra trocada. Desculpe…)
Minha cara Christiana,
que eh versada em prosa e trova
e sempre tem poesia nova
pra botar nesse sarau –
por favor nao leve a mal
minha humilde intervencao
mas tenho uma intuicao
(e essa nunca me engana)
que a vontade desse povo
que gosta de versejar
e o mundo encantar
com seus ditos inspirados
eh ter livros publicados –
reunir os seus poemas
e armar um bom esquema
pra fazer tudo de novo…
Por isso pergunto agora,
sem ser inconveniente:
como exibir essa gente
a todos, sem mais demora?
Qual sera esse caminho?
Estar no ciberespaco
sem duvida ja eh um passo
mas nada como um livrinho!
Acaso seria viavel
uma edicao coletiva
feito cooperativa
memo que despretensiosa?
Porque acho inaceitavel
um acinte, um disparate
que gente desse quilate
ainda nao esteja famosa!…
Ai Chris, desta vez fui eu
quem fugiu do desafio
o trabalho me prendeu
nem me deixa dar um pio
por isso, desconsolado
deixo a trova proutro dia
em que, menos atolado,
eu volte para a alegria
E antes de tudo
Era o Verbo
Sem acento
Sem cedilha
Sem excesso
Pra que complicar?
Olhar nos seus olhos de menino,
aperta forte o meu peito.
Sorriso marcado no rosto,
esconde todo o teu medo.
N?me pergunte mais se vais morrer.
Com puro veneno,
mata teu destino na veia.
N?vai embora,
fica um pouco mais.
N?quero um ponto final.
Quero despertar
e ver que tudo ?gual.
Dona Chris, que aconteceu?
cansou da vida blogueira?
Ou o problema sou eu,
aqui sem eira nem beira
pensando em outros aflitos,
no bando que sofre calado
vendo, assim, abandonado
um de seus blogues favoritos?
Sem alento, sem carinho
(e sem acento, coitadinho)!
lição de poema:
fácil fazer um poema:
escreva uma frase
qualquer, rime com ema,
procure não usar crase.
manda o figurino que
cada verso tenha sete
sÃlabas – mas nem precisa:
os dois últimos têm oito.
sete ou oito, não importa
(que tenha nove, ou cinco)
nem a rima, essa é morta
a diferença é o som.
(é assim desde Drummond)
divida tudo em versos
de quatro só para ficar
bonito; uns esparsos
fazem ficar esquisito.
como tem pouca gente
que realmente entende,
faça cara de letrado
e todos vão te achar poeta nato.
:>)
Chris, por artes da Internet
com o tempo pintaste o sete
DistraÃdo, o Bia ignora
que o saite bota acentos fora
escreveu bem, como quis
(versos belos, quero bis)
mas tu, Chris, nem sei que jeito
deste aqui, mas foi bem-feito,
para responder, num dia,
semana antes do post do Bia.
no vinte e quatro ele escreveu,
e, antes, no dezessete,
o seu post respondeu
coisas, mesmo da Internet,
como eu disse, no comecinho
deste texto, bem bobinho.
O fato é que ando intrigado
com esse blogue enrolado
que, em acentos, sempre falha
e o tempo, agora, embaralha
(mas, carece que se diga
pra agradecer a essa amiga:
bem bolado, este sarau
que segue, sem ter final)
Depois desse grande imbroglio
nao vou fugir qual coelho
tampouco ficar no borralho –
mando aqui meu estribilho:
(este samba de improviso
so depende de um parceiro
que lhe ponha melodia
pra que fique por inteiro)
“Se o apice do relapso compasso
desse samba sobe ao coracao
e um colapso se sente de repente
tente se encontrar numa cancao!
Eu no momento me aguento
enquanto tento e nao esquento
minha cabeca com a natureza
morbida de minhas criacoes
Eu ja cansei –
cansei do amor, cansei da dor
e de outros tons
que so me ferem o coracao…
Eu me liberto em campo aberto,
tudo certo: novo alento, eu tento –
invento um som tao diferente, ja se sente
a inspiracao, composicao
original (sera normal?
me sinto bem, e as vezes mal) –
ja nao me entendo mas pretendo
ser compreeendido em minha intencao
nessa cancao
que ja saiu…”
que saco,
os acentos ficaram tudo errado!
e justo
neste momento
em que nao tou com tempo
pra arruma-lo
boto feh no destino
que assim sendo
deve ter um motivo
de ter saido tudo atrapalhado
ainda mais, ouso:
por que serah que escrevo
esses versos com a letra o
no final de cada paragrafo?
AMIZADE
A amizade
é o mais belo afluente do amor,
ela ajuda a resolver,
com paciência,
as complicadas equações
da convivência humana.
A amizade
é tão forte quanto o amor
ela o educa,
sinalizando o caminho da coerência,
apontando as veredas da justiça,
controlando os excessos da paixão.
A amizade
à um forte elo que une pessoas
na corrente do querer.
Amizade
?
à cola divina,
cola demais,
pode doer.
A amizade
tem muito mais
juÃzo que o amor,
quando ele se esgota
e cisma de ir embora,
ela se propõe a ficar
vigiando
o sentimento que sobrou.
Ivone Boechat