Outro dia peguei um taxi pra rodoviaria e, aproveitando o transito, o taxista foi me contando a vida. Contou que quase morreu num acidente de carro uns anos atras. Ficou 42 dias em coma, depois acordou por uma semana, depois dormiu mais 14 dias. Acordou normal e nunca mais teve nada, os medicos nem acreditaram, vinham examinar de novo pra ver se ele tinha esquecido alguma coisa ou ficado com alguma sequela (com minha vida literalmente nas maos desse homem, so pude desejar ativamente que se mantivesse esta sa~ consciencia, enquanto entravamos no Reboucas). Fiz o obvio comentario de que ele nasceu de novo e quis saber, empolgada, se ele tinha visto luz no fim do tunel, ou vidas passadas, ou espiritos dos mortos, ou alienigenas, ou pelo menos o proprio corpo la na cama, mas a tudo ele me frustrou que nao, nao viu nada, nadinha. Dois tuneis escuros, com um intervalo no meio.
Ja no viaduto perguntei o que ele tinha concluido da experiencia, e ele me respondeu: a vida eh longa.
Ha~? disse eu, que esperava ouvir o contrario.
A vida eh linda, ele disse, e da tempo pra tudo.
Quando olhei pro lado, vi o arco-iris mais nitido de todos os tempos, terminando atras do morro da Saude, precisamente em cima da rodoviaria, e ali ficou ate chegarmos ao nosso destino.
Ao se despedir, ele ainda falou: aproveita sua vida!
Agradeci muito e claro que a viagem foi otima.
Devo estar prestes a encontrar um pote de ouro, ou vai ver ja encontrei.
vita longa, ars brevis
Jan 29th, 2008 by Christiana
Você certamente passou por um, já encontrado.
jayme,
o ouro filosofal vem ao encontro (antigo provérbio alquÃmico que acabo de inventar)
Ih, acho que vi esse arco-Ãris também. De acordo, o mais nÃtido de todos os tempos. Foi no dia 15/01, não?
Olga,
pode ser, que dia foi 15, terça? hum, talvez tenha sido quinta…mas se não era o mesmo, devia ser da famÃlia! e me diga, encontrou seu ouro?
Christiana, o meu foi terça-feira. Não esqueço, pois foi o dia do lançamento do livro dos “Tribuneiros”.
TaÃ, posso considerar que conhecê-los pessoalmente num dia tão especial, foi como encontrar um pote de ouro. Um abração!
Olga,
Grandes Tribuneiros! Eu acho que os encontros especiais são os verdadeiros potes de ouro.
Um abraço!
Helena…. você estava na posição inversa do Taxitramas, mas a alma era a mesma. Beijo da Dal.
Helena… você me lembrou o motorista do Taxitramas. Ver não é o mesmo que enxergar.
Chris, em dezembro ultimo pela terceira vez tive uma experiência dessa, com parada cardiaca e tudo. E pela terceira vez o que vi foi o mesmo que o taxista, nada. Por isso sei que no pote de ouro em geral estamos sentados em cima e nem se nos apercebemos. Beijos de arco-iris!
Dalva,
“ver não é o mesmo que enxergar” diz tudo! os taxistas são os profetas da contemporaneidade…
Flavio,
não sabia que você andava visitando o outro lado … vixe!.. mas se não tem nada pra ver, que tanto você vai lá olhar? segundo o taxista da Dalva, talvez mesmo sem ver, você tenha enxergado algo…
que bons táxis o tragam sempre de volta! (assim você fica liberado pra beber todas no caminho… )
vida longa pra você, e beijos no coração redivivo.
Oi Amor amor
AMEI essa conto…. a maneira com a qual vc mistura o que acontece lá fora com a estória que o taxista contou me deram a impressao de estar assistindo a um filme. Rolei de rir com a estória da Dani loira, figura búdica também. Beijos e parabéns
Kary
Karina amor amor,
Krishna Krishna Kari Kari!
Amei seu comentário, direto do Paquistão!
Nem sei como você encontrou o post sobre nossa amiga, é meio antigo…mas a Dani- Loira também não fica velha, né? búdica que só ela… hahaha.
Beijão e apareça sempre, pra encurtar essa distância!
“A vida eh linda, ele disse, e da tempo pra tudo.”
E eu tenho uma sensação de que ele fala a verdade. Muitas vezes sinto que dá tempo pra tudo e que é tão bom estar viva; bem mais do que antes.