a substância de que sou feita
é a lembrança
de um entressonho da infância
que diluo
sou o que suo
o que sangro o que choro
por cada poro
ora rio ora morro
ora escorro
ora evaporo
o oceano
ser o mar é meu humano
brinquedo
desde cedo
tudo imerso
nada importa
uma garota
remota
esquece o que pensa
e paira suspensa
em cada gota
de neblina
uma criança
liquefeita
o universo dança
com uma menina
morta
LINDO
BELO
UNIVERSAL
mesmo que água
pura
de fonte
tenha e saiba
a sal
gostei muito -beijinho
Agradecida, Antonio, um beijo.
Refrescante e profundo (na dosagem certa das palavras – jogo lindo e sempre inteligente, com humor e surpresas, que sugerem uma fácil interatividade da parte de quem lê) o texto e o espaço de Nóvoa é quase crístico, na sua distribuição de amor, dosado em cada palavra – poderosa essência (fluidica?) que maneja com maestria… me sinto como um passante (talvez não autorizado) que descobre o por do sol, ou ouve uma música linda na rua tocada por alguém que não sabe direito quem é, mas agradece ao etéreo por esse prazer. Tem sido tão prazeroso ver e rever nóvoaemfolha (sempre que me dá o click) que lembro dos tempos que sorvia a beleza inteligente de Fernando Pessoa ou o “papo” íntimo do texto de Drumond. Sendo que Nóvoa é mais hai-kai em muitas coisas e divertida. Bom, não sei p/ quê escrevo isso… mas, é uma maneira de agradecer.
Eu que agradeço a leitura generosa, Victor, volte sempre.
Parabéns Christiana, você escreve coisas lindas.
Tiro meu chapéu, para pessoas que tem uma sensibilidade como a sua, e mais, um talento como o seu, para colocar no papel tudo que lhe aflora.
Um beijo