sob a fina espessura
humana
tem um furo
de infinita fundura
não passa a luz nem o escuro
não passa
não tem submarino
que possa
com o fino da fossa
das marianas
o nó da garganta
a fenda do poço
o findo caminho
,
o oco da santa
a toca da louca
o reino da graça
,
meu barquinho
é de papel
no fundo do céu
da boca
atravesso o mundo
.
fundo o fosso
e fosco
perigoso
e temido
como o fundo
do bolso
das calças
de mendigo
“fina espessura humana”… dá medo, é algo como aquele buraco no gelo pelo qual os mamíferos saem para respirar, ou por onde o pescador, trepanando a calota polar, esgueira o anzol ao peixe famélico. Eu heim!