Hoje uma amiga amadíssima, leitora do blog, me ligou de manhã, preocupada porque os meus últimos textos andavam tão tristes. Tive que explicar a ela que posso não corresponder exatamente ao que digo nesta folha. Embora eu tenha lá minhas melancolias, dores antigas e recentes, no geral estou bem, como sempre. Sobrevivo às agruras do dia-a-dia sem maiores seqüelas e pareço mais feliz que meus escritos (pelo menos assim quero crer!). Continuo falando bobagem, rindo muito e ainda consigo encontrar novos motivos para agradecer a louca existência. No que escrevo sou mais derramada, exagero muito, acreditem. Quando as idéias novas não parecem grande coisa, publico poemas antigos, repaginando sentimentos que nem existem mais. Foi precisamente o que fiz ontem, e acabei assustando a amiga. Às vezes crio personagens, minto deslavadamente ou invento coisas, pessoas, memórias, entre uma ou outra verdade. Se sou confessional, por alguma necessidade psíquica, posso me rasgar inteira aqui, depois fechar o computador e sair cantando e dançando, a alma leve. Eu sou um tanto dramática mas sou inconstante demais pra ser depressiva. Quanto às vicissitudes, não que as desconheça, mas procuro vivê-las com desapêgo; não me agarro ao sofrimento. Se algum mal me encontra ou se me magoam (o que nem é raro), faço minhas as palavras de Mario Quintana:
POEMINHA DO CONTRA
Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!
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Eu passarinho!
Jul 1st, 2005 by Christiana
Voce é totalmente italiana nessa sua descrição, cara mia.
A menina de laço na cabeça, vestido esvoaçante, pulando as pedras que fazem o caminho, com um pirulito na mão, no meio do parque era você, eu tinha certeza!
Se depois de atravessar, você vira essa mulher doce e instigante, sentimental, poetisa, misteriosa, às vezes indignada,que remédio, a gente tenta te acompanhar. ;}
Que bom que você está bem e que bom que as amigas conferem, né?
Beijo e bom domingo.
Flavio, io sono una italiana! (principalmente “sono”, tenho muito, dormi doze horas essa noite!…) Eu falo muito, e alto, gesticulo, sou dramática, teatral, amo as artes e o belo, a boa comida e tudo o que a vida tem de bom! Além disso sou super “família” e incuravelmente romântica. O que há de errado em ser italiana? É a melhor receita pra ter um bom coração e baixo colesterol.
Clarice, eu também sou tudo isso aí que você falou, às vezes simultaneamente; uma porção de coisa junta. E quem não é? Você é um amor por se preocupar :-)
Beijos!
Então: eu primeiro li seu texto, daí caí de costas, então voltei para o meu blog, onde eu já tinha começado a ruminar o meu textinho de hoje… Mas não é que a gente andou pelo mesmo trilho de novo, mestra? Eu não creio em bruxarias, mas….Que meda!
Olá, Christiana!
Há alguns meses entro aqui todos os dias (a primeira vez foi no Epinion). Me identifico muito com as coisas que escreve e por isso gosto muito de você.
Abração,
Fernanda.