Feed on
Posts
Comments

Category Archive for 'Uncategorized'

o fóton

  a insubstância da luz é o amálgama entre a ânsia e o meu dia fragma     .

Read Full Post »

o milefólio

  a mata escuta os dez mil sons da dança muda das mutações        

Read Full Post »

diferencial

  tento escrever “érro e consérto” assim aberto e vê só que aperto:   se invento acento por certo erro   se escrevo certo não tem conserto fico no erro   .

Read Full Post »

  o dia estoura   o sol molha o sereno ouro banha o breu   ;   a terra me olha   numa gota de chumbo que o azul derreteu   .    

Read Full Post »

questão de gênero

  percebo perplexo que o amor é efêmero : faz gênero e muda de sexo .    

Read Full Post »

aleluia

  se a vida anda só, convide-a   para ver o sol nascer   numa orquídea     ..        

Read Full Post »

o balanço

  a maré leva o barco um arco o mastro a seta tesa   à noite os astros mantêm a brisa da vela acesa      

Read Full Post »

lei de warhol

    a vaidade é uma praga a fama, um jogo de risco : quem vai dormir lady gaga acorda lady francisco .      

Read Full Post »

o verso

  nem toda beleza dura e eu que sou cega admito seda impura não me pega : só reconheço o bonito pelo avesso da costura .      

Read Full Post »

a cinza

  catar os restos de um verso triste   exumar o adeus   ,   deus se existe é nos pequenos gestos   .

Read Full Post »

a mandíbula

  32 vácuos me mordem   e os dentes do caos na mais perfeita ordem   .

Read Full Post »

o beija-flor

  colibri furta-cor rabisca com o bico um arabesco verde cor de céu na boca de mel na coxa   uma sede em cada flor roxa do hibisco    

Read Full Post »

alvorada

  o sapo coaxando a cigarra chia uma prece a araponga buzina   o dia, uma fresta na cortina   a vida se aquece na floresta como orquestra cochichando na coxia        

Read Full Post »

o vagão

  consumo é um trem que vem com tudo contudo sem conteúdo .

Read Full Post »

peripatética

  quem anda tira de letra a trilha na ponta da sapatilha .. entra de sola não solta a tira a sandália da andarilha      

Read Full Post »

a flauta

  sopro imaginário é o som de um suspiro um assovio um fio suspenso por dentro , do lado de fora do aquário vazio em que vivo e penso que respiro ,    

Read Full Post »

mercadolivre

  procuro urgente um futuro bem-passado embrulhado pra presente        

Read Full Post »

a gota

  a última lágrima é sempre a mais leve difusa   furtiva lástima convulsa   ;   lava o que me leva vela quanto pesa   ,   livre o que me vive vale quanto pulsa   .    

Read Full Post »

revoada

  saem as moças pro trottoir:   à luz da rua um paná-paná de mariposas de lupanar   ~ ~~  

Read Full Post »

soneto da boba da corte

caí aqui de passagem não tenho carro ou bagagem vago com a cara e a coragem de errar e seguir viagem   meu caminhar é ligeiro num passo ando o mundo inteiro não me troco por dinheiro fabrico ouro verdadeiro   confesso que não venci mas um dia fico rica rica-de-marré-de-si   o universo está […]

Read Full Post »

penélope

  à noite teço desde o começo um véu de túneis no fim do céu espesso    

Read Full Post »

a corda

  tenaz mente transbordo sonhos fundos que esqueço e acordo   num mundo insistente de que me recordo mas não reconheço        

Read Full Post »

  noite e dia há um vão entre   a luz e a anti matéria   entre a sorte e a miséria então sorria:   você está sendo formado neste exato instante   esfera tecendo o tempo ao quadrado   a espera é uma sucessão de aquis   ser feliz está sempre por um xis

Read Full Post »

flowerpower

sou forte, confesso. você vem com ferro eu con verso   . . .   –   Minha singela homenagem a Pedro Rios Leão (10 dias de greve de fome pela desocupação violenta de Pinheirinhos) e Vitor Suarez Cunha (que teve o bonito rosto esmigalhado ao defender um morador de rua da agressão brutal de seres inumanos). […]

Read Full Post »

exorcismo

  lavro versos curtos como orações   palavras são legiões de demônios expulsos   corto advérbios pronomes   poupo os pulsos   .    

Read Full Post »

do baralho

  há o gozo porém antes pôr em ordem a ardência do fogo …   paciência não é um jogo para principiantes    

Read Full Post »

kundalini

  não sou santa tenho buda só descanso em kama sutra   via dutra quando alinha minha espinha aos chakras teus   é um deus nos sacuda …    

Read Full Post »

embocadura

  sinto muito não sou pouca antes só que meia boca   .     … água mole em boca dura tanto late até que cura …    

Read Full Post »

  ardem-me às costas em brasas as cicatrizes expostas das asas arrancadas a frio com uma faca sem fio ..      

Read Full Post »

buraco negro

  a solidão é sólida e tão densa que a sombra do sol cabe imensa num só não .    

Read Full Post »

cem anos de solidão

  na porta do inferno estava escrito:   é proibido fumar macondo     .

Read Full Post »

arrit-métrica

  60… 70… e 90? (e nem chove?)   20 dizer: não 10-espere, não p-re, inspire…   e  i-9 .  

Read Full Post »

conjuntiva

  o exato momento do encontro : seu auto retrato em preto dentro do branco do olho do outro .  

Read Full Post »

o fusco

  pisco pisco e não capisco   não entendo quem não assume o lusco-risco   eu sou meio vagalume mas ascendo . . .  

Read Full Post »

encontr’haste

  entre as pedras e a água: meio-fio entre a metade e um inteiro: vazio entre as perdas de janeiro: rio … .

Read Full Post »

eco a narciso

  da teimosia de que eu peco … eco do pensamento que me aturde … urde como que por encanto surge … urge a sua imagem que disseco … seco   se essa voz débil que re-clama … lama fosse punhal que a vida amola … mola veria no amor que descola … escola portal da luz […]

Read Full Post »

na veia

  viver é um vício, socorro ! um dia ainda morro disso .    

Read Full Post »

zoo-lógica

  urubus nascem de novo em um estalar de ovo   nascer macaco inda que fêmea há que ser macho   pra ver a luz o buraco é mais embaixo    

Read Full Post »

corpo de baile

  um passo avança dois pra trás … perco a graça nessa dança     descompassa o pas-de-deux entre o seu deus e a minha ânsia        

Read Full Post »

rubedo

  sem os beijos de costume , minha pele em vão se dobra ,  pergaminho no descarte do curtume  , obra de arte no despejo do porão  , sem ciúme sem desejo morta à míngua    . . .   até que vibre o céu da boca e, rediviva , minha língua partida de cobra , fina […]

Read Full Post »

a fonte

  jorram parábolas lágrimas pródigas ; meu olho é pálpebra pra toda ópera

Read Full Post »

o antúrio

  natureza viva ou morta não importa   o que é do amor aqui se corta aqui se planta   a beleza põe mesa pra janta do jeito que flor    

Read Full Post »

a concha

  saudades de amar na areia de mares que ainda nem sei ~ de ondas lambendo a orelha da sereia que serei    

Read Full Post »

tema para além mar

  a morte não trema não deságüe a alma lusa   quando a luz é forte não há dia triste que apague   não existe problema que a musa não corte um poema    

Read Full Post »

ai de mim que sou semântica

olha, a linguagem ensina a mentira : o que se mira chama de imagem e o que se imagina … miragem .

Read Full Post »

samurai

  haiquase que cai? bota fé no samurai e sai de bashô   …   [mais um “poema incidental”, resgatado dos comentários ao poema ‘quiromance’ /2009 >> https://novoaemfolha.com/2009/10/quiromance.html ]  

Read Full Post »

adeus ano velho

  venta um ar vário varrendo as fendas e há folhas tantas atrás do armário  … nas fundas sendas do itinerário vai pras calendas meu calendário   .    

Read Full Post »

notas do findo ocaso

  finda a tarde cinza e só eu ouvi que é linda … o sol não faz alarde ao cair em si bemol .

Read Full Post »

qui mera!

  ah se eu soubera que era só foda não fôra toda …  amor espera que a vida roda e que se fôda !    

Read Full Post »

bem-te-ouvi

  despertador toca lá fora , um sopro aflora de cada ninho : cantiga de acordar passarinho    

Read Full Post »

pela boca

  o peixe pisca ; pra isca que o pesca .     [repescado da caixa de comentários do poema ‘água na boca’ (2009) >> https://novoaemfolha.com/2009/10/agua_na_boca.html ]   

Read Full Post »

mata-borrão

  por mais que eu minta minha folha fina e branca não estanca tanta tinta , por mais que eu tente (e tento opaca!) minha casca quando molha é transparente      

Read Full Post »

maresia

  eu sou a ferrugem lenta e salgada que lambe e te come pela beirada ; dulcíssima fome que rói teus espelhos na vertigem dos meus lábios vermelhos      

Read Full Post »

sem filtro

  é claro que é válida essa chuva cálida mas a luz é pálida ; e eu que, branquela sei que o sol ardido mata esfola e péla , não sei viver crua … e espero o bandido que me restitua o dia colorido .  

Read Full Post »

causa finita est

    me enerva esse inveredicto , ipso facto … eu desempato no grito : minerva !       

Read Full Post »

o que quer uma mulher?

  o que quero? eu me pergunto : quero arte em cada assunto quero rir e gozar junto quero todo amor do mundo e se não for pedir muito quero melão com presunto   .      

Read Full Post »

moira

  escrevo como quem fia , do emaranhado puxo um punhado até dar linha , e afino à unha a ver se me atrevo a chamar poesia ; escrevo como quem tece sem gabarito um pano curto de trama torta , a ver se amortece o impacto surdo do meu enlevo no céu finito ; […]

Read Full Post »

locomotiva

  estar morto ou vivo tem motor não tem motivo   .  

Read Full Post »

o pescador

mormaço , mar baço , nuvens esparsas esgarçam uma sereia … das ameias a garça ave cheia de graça espreita carcaças pra ceia .

Read Full Post »

preamar

    a maré molha : vai-se o mar ido , olha o mar vindo   ~   amar é lindo   .     

Read Full Post »

solideus

  deus fica brabo como o diabo com o fato triste de que só ele de fato existe .

Read Full Post »

anelos

  a lua, um compasso traça halos tênues no céu noturno   como anéis de saturno enlaçando os braços de vênus    

Read Full Post »

corisco

  meu canto é brusco meu arabesco é um tanto tosco   meu lar é porto meu dente é torto meu rei deposto   não tenho mastro não deixo rastro mostro no rosto   meu quartzo é bruto meu conto é curto meu parto abrupto   meu lusco é fusco não sei que busco mas corro […]

Read Full Post »

analgesia

  cada ausência me enfia uma faca , a ardência cada dia mais fraca ,  

Read Full Post »

parto

  não quero socorro onde morro . só corro pro abraço onde nasço

Read Full Post »

camarote

  nem a morte é tão nefanda vista da varanda   ~  

Read Full Post »

cutícula

  de fato são como unha e carne nossas vidas ; tato em carne viva sob unhas roídas    

Read Full Post »

maré vazante

  já não creio mais no fulgor fugaz do luar que míngua ) na beira do cais só me amarra o freio da língua    

Read Full Post »

  se fecha o clima , tenha eu sempre comigo o abrigo da estima , ,  

Read Full Post »

não me chamo são francisco

  só santo ou louco ama tanto quem ama pouco .    

Read Full Post »

  a  borboleta é a obra que devora  a crisálida    ~   vista fora do artista, toda crise é válida .    

Read Full Post »

de leve

  asas no jardim ; quem semeia bem-me-quer colhe querubim … {nem a chuva de chumbo  me desarcanja o mundo}  

Read Full Post »

  micos nas telhas ; essa manhã promete frutas vermelhas .   Foto: Analu Prestes     .

Read Full Post »

bipolar

  por todo o sempre amor te espero avidamente .  . a vida mente espero a morte porto do sempre    

Read Full Post »

celacanto provoca maremoto

  não dou trégua pra tua bonança: estrago-a   com um barco cheio da minha saudade violenta   tormenta no mar alheio é mansa   tempestade em copo d’outro é água

Read Full Post »

deleite

  um vento solar condensa a láctea via que me alimenta , ordenha imensas montanhas pra amamentar as minhas ventas

Read Full Post »

  o ousado goza  ; o orvalho lambe o espinho e molha a rosa ,

Read Full Post »

calix

 < calix meus inebrians quam praeclarus est >     paz nossa, que estais no céu, venha a nós o vosso rei nu, o pão nosso de cada dia, o azeite, o vinho, o mel, … assim na terra como no self.   

Read Full Post »

  éter evaporo um perfume do vazio  por cada poro

Read Full Post »

sísifo

. o seu desleixo rolou pelo meu queixo como um seixo .

Read Full Post »

pois ia

/ todo torpor é por enquanto , e quando por desencanto os sonhos e o corpo discordam , laços desmancham os nós das cordas que acordam o dia ; e mundos vêm ao chão que a morte não adia e um dia não há dia mais não ; e se nem é tarde , o […]

Read Full Post »

, a mata ecoa murmurinhos que a rua acua e mata , refúgio da crua e rústica colcha acústica . .

Read Full Post »

corpuschristi

  meu corpo aflito só tem fé nos elementos   tenho pressa meu reino não é deste distrito   nada menos que o sangue infinito me atravessa   . . .

Read Full Post »

* o breu transborda ; noite longa dá corda no relógio de sol .

Read Full Post »

lição de anatomia

\ a dor é dura lâmina que me retalha a ânima em fatias muito finas , árdua finura que a minha mortalha fria examina sem qualquer intuito de cura . .

Read Full Post »

deus é humor

, sangro e sorrio e se choro um rio rio mais forte , se ardo em frangalhos mais eu gargalho por cada poro , mas se a dor não passa o riso perde a graça e eu coro  , , , inspiro mais fundo e rio de morte humoribundo .

Read Full Post »

lei da gravidade

– tudo o que é grave pesa sobre o ar ; já o que é agudo lesa sob a tez , desfere brasa , fere a asa da ave , leve , apesar das leis . . .

Read Full Post »

cervical

. dói-me o pescoço de pensar sob o peso de ser leve e o prolongado esforço de ser breve .

Read Full Post »

  , em última análise eu sempre prefiro uma fotossíntese .

Read Full Post »

sacerd’ócio

  poesia não é um vício , é o pleno e são exercício dos ócios do ofício .

Read Full Post »

« Newer Posts - Older Posts »