o intruso
Posted in Uncategorized on Nov 3rd, 2012
é o pregoneiro é o carro do pão da pamonha da fruta e outros nomes impróprios atropelando o colóquio entre a poeta e a puta
Posted in Uncategorized on Nov 3rd, 2012
é o pregoneiro é o carro do pão da pamonha da fruta e outros nomes impróprios atropelando o colóquio entre a poeta e a puta
Posted in 100seleta, Uncategorized on Nov 2nd, 2012
quando durmo não distingo dia santo de domingo o dia é que põe o pingo gelado no i do desabrigo a luz é que faz cair do céu noturno o espanto o peso desperta a dor à flor do chão velho amigo
Posted in 100seleta, Uncategorized on Nov 1st, 2012
sob a derme dorme o verme enorme que me come do cóccix ao pescoço . . . meu sistema nervoso
Posted in Uncategorized on Nov 1st, 2012
fendas se lavam em ondas de lágrimas torrenciais , a mãe natureza em bucólicas menstruais
Posted in CAIXA POSTAL, Uncategorized on Nov 1st, 2012
ouço um mar de ideias sons sinais a esmo e eu cá que me esforce (ou não) por traduzí-los … pois agora mesmo milhares de grilos declamam epopeias em código morse
Posted in Uncategorized on Oct 31st, 2012
não creio em bruxas mas temo que o demo me chame assim : madame mim .
Posted in CAIXA POSTAL, sonetos, Uncategorized on Oct 28th, 2012
longe uma festa mas cá pra mim tenho a floresta no meu jardim dá seu coaxo o príncipe-sapo e eu até acho tão lindo o papo que só o canto de uma ave rara comove tanto … sapo não fuja de um cara-a-cara com uma coruja
Posted in Uncategorized on Oct 26th, 2012
no fundo do umbigo resguardo um suspiro escondido num verso pra alguma emergência meu abrigo submerso à prova de tiro e de ausência
Posted in Uncategorized on Oct 25th, 2012
? com quanto pau se escreve uma canoa que me leve a algum lugar : nem tanto ao mar nem tanto à toa à meia-nau ¿
Posted in Uncategorized on Oct 24th, 2012
a dona é móbile pêndulo ao vento moto perpétuo do pensamento sempre uma lágrima risca seu vidro do pranto ou riso é prisioneira a dona é móbile qual pluma ao vento muda o momeeentoo … em outro pensei!
Posted in 100seleta, Uncategorized on Oct 20th, 2012
no avesso de mim, reverso nem tão eu, nem tão diverso o espelho com quem converso mesmo em momento adverso frente a um destino perverso disperso a dor, tergiverso divago pelo universo abuso do controverso recurso de ver o inverso dessa vida e vide-verso
Posted in Uncategorized on Oct 19th, 2012
a primavera faz o inferno acabar no tranco quem espera um dia alcança … o tamanco pra matar a esperança .
Posted in Uncategorized on Oct 17th, 2012
… ai que essa vida vem vai a gente também cai depois fica bem trai o amor que não tem sai de cena sem nem ai …
Posted in Uncategorized on Oct 15th, 2012
a história não vem pronta prévia; desaponta aqui desponta ali na outra ponta uma vitória régia
Posted in haiquase / senryu / tanka, Uncategorized on Oct 14th, 2012
desço ao poço tudo ouço nada posso dizer às pedras a água sobe a parede a sede até o pescoço
Posted in 100seleta, Uncategorized on Oct 11th, 2012
minha ânsia vermelha descansa à sombra na distância entre a boca e a sobrancelha
Posted in 100seleta, Uncategorized on Oct 11th, 2012
hoje é tido como fato que o universo conhecido é bastante parecido com o neurônio de um rato ? será o instante o ruído de uma sinapse ? o colapso de um sonho ? um sintoma meu sistema foi roído à queima-roupa pelo céu da boca de um rei nu de roma .
Posted in 100seleta, CAIXA POSTAL, Uncategorized on Oct 8th, 2012
já passa das duas cães uivam pras luas (pra lá de onze) de saturno que vão é o céu! saturno é longe nenhum anel responde
Posted in 100seleta, Uncategorized on Oct 6th, 2012
porque hoje é sábado o mundo está bêbado pecado é estar lúcido no reino de lúcifer e o papel da bíblia é o que me sóbria
Posted in Uncategorized on Oct 3rd, 2012
ah se o coração pensasse ah se a tua astúcia amasse ah se a tua mão falácia
Posted in Uncategorized on Sep 30th, 2012
(para bia occhioni) no antigo solar vibram novos sons de um velho piano no pátio as amigas desfiam o pano roto e milenar das intrigas desmancham histórias rebordam seus planos recriam salões da memória
Posted in Uncategorized on Sep 30th, 2012
o mundo vai mal qualquer dia é natal que loucura o presente não dura um segundo
Posted in 100seleta, Uncategorized on Sep 26th, 2012
faço trabalhos medonhos sem suor nem paga e um grande amor me deixa só uma imagem vaga a vida tem dez mil modos na verdade todos sonhos
Posted in 100seleta, Uncategorized on Sep 24th, 2012
tem nome que esqueço de um vapor vulgar que não me cabe tem cheiro de amor que dá e some no imundo tem brisa fugaz tem vento do mar profundo … devagar evanesço . . . cada perfume sabe seu preço
Posted in sonetos, Uncategorized on Sep 17th, 2012
serei aquela que inventa o solitário marujo náufrago em árdua tormenta calhando à ilha onde fujo serei a areia e a esponja água-doce e flor-de-sal a messalina e a monja no idílio azul de um luau e eu, bacalhau de quitanda quimera, mito que nada serei sereia que anda rabo-de-arraia […]
Posted in 100seleta, Uncategorized on Sep 12th, 2012
troque sua cara por um par de óculos caros troque seus dois pés por um bom carro troque suas tetas por funis de silicone troque seus dois olhos por fuzis e um i-phone
Posted in Uncategorized on Sep 11th, 2012
eu caderno sem poema cada letra preta arranca um fonema da dor branca em que me interno
Posted in Uncategorized on Sep 8th, 2012
quimera você não existe ou existiu por instantes mas antes eu já era triste
Posted in 100seleta, Uncategorized on Sep 6th, 2012
procura-se homem de espírito complexo sem vício moral para nexo oral implícito que explicar tá difícil
Posted in Uncategorized on Sep 5th, 2012
e a água do mal a ir e vir me cansa alquímica dança que revolve o meu sal lacrimal pedra viva que me vinga e coagula a saliva que solve o meu elixir na sua língua
Posted in Uncategorized on Sep 3rd, 2012
ó deus livrai-me dos chatos dos crentes dos literatos dos ateus de deus e o diabo dos vícios e das virtudes dos inícios e finitudes e por fim deus meu do céu oh hell livrai-te de mim
Posted in 100seleta, Uncategorized on Sep 2nd, 2012
a musa tem muitas vidas mil poetas suicidas sylvia florbela alfonsina alejandra ana cristina … lindas e findas sem amor um dia mudo essa sina quero morrer bailarina
Posted in 100seleta, Uncategorized on Aug 31st, 2012
na noite sóbria a lua óbvia ulula a antiga esfera no ponto exato em que se espera … o espaço um ópio o tempo aflora o agora inato e se ela pula?
Posted in Uncategorized on Aug 25th, 2012
pinga da boa e de graça , faz fila : tu quieres ela não tequila .
Posted in 100seleta, Uncategorized on Aug 17th, 2012
quando um bicho caiu na chávena de chá da princesa o serviçal que lhe servia a mesa teve um calafrio despediu-se da ignara vida já sentindo da espada o fio na nuca porém manteve a cabeça ilesa porque a princesa maluca tirou da própria nuca uma vareta e com a vara pescou do fundo da […]
Posted in 100seleta, Uncategorized on Aug 15th, 2012
não existe homem santo não existe rima rica em esperanto no entanto a gente insiste tanto e fica esperando [arquivo em audio]
Posted in Uncategorized on Aug 14th, 2012
dita à meia-boca saudade pouca é bobagem dizer pelo dito não vale o escrito que dirá a viagem?
Posted in 100seleta, Uncategorized on Aug 13th, 2012
nem toda gema é clara nem toda pedra rara se vê de cara sob o pó há que ter pá e ciência pra polir problema até luzir poema
Posted in Uncategorized on Aug 11th, 2012
o humano se reparte: mulheres são de marte homens são de menos
Posted in Uncategorized on Aug 10th, 2012
nossa poesia se extingue num silêncio bilíngüe
Posted in Uncategorized on Aug 5th, 2012
samba-canção molha a calçada do meu domingo , nu vens ao chão a cada pingo
Posted in 100seleta, Uncategorized on Aug 4th, 2012
reza a história que um deus descrente da própria existência descriou a ciência em uma semana e a arte em um dia sorridente comeu dente por dente a falácia da humana cultura que perfura a memória das galáxias [arquivo em audio >> xiva ]
Posted in 100seleta, Uncategorized on Aug 2nd, 2012
o passado é estanque o futuro abstrato o instante é uma curva que não se fecha a flecha do tempo só se dobra diante do rabo da própria cobra
Posted in Uncategorized on Aug 1st, 2012
a fala é tosca mas busca em boca fechada não entra música .
Posted in Uncategorized on Jul 31st, 2012
a língua dama do meu palácio não é uma moça fácil faz troça reclama faz um drama enorme mas quando adoça dorme na sua cama
Posted in Uncategorized on Jul 30th, 2012
o alado alarido dos bichos da mata dá canja num arranjo de serenata a língua de um anjo cá no meu ouvido me toca um silêncio # lá sustenido
Posted in Uncategorized on Jul 29th, 2012
estrelinha inscreve uma pausa breve* entre linhas cheias de semicolcheias *a breve é a nota mais longa que pode ser escrita com uma única figura musical, mas é utilizada raramente, pois sua duração é maior que a maioria dos compassos. [fonte: wikipedia]
Posted in haiquase / senryu / tanka, Uncategorized on Jul 25th, 2012
sob a mangueira a primavera me cheira como já queira
Posted in 100seleta, CAIXA POSTAL, Uncategorized on Jul 23rd, 2012
traço um esboço insisto em rasas garatujas o silêncio tem asas ouço corujas
Posted in 100seleta, Uncategorized on Jul 21st, 2012
nuvem que passa me traga sinais de fumaça galáxias que não sei onde vê-las (a chuva esconde as estrelas mas não apaga)
Posted in 100seleta, Uncategorized on Jul 19th, 2012
acordo morta e ainda respiro o céu continua seu giro a lua cumpre seu turno e ninguém se importa nada é pra sempre eu ainda durmo nua
Posted in Uncategorized on Jul 18th, 2012
o olho do artista vê a luz onde quer que resista [foto de Silvio Crisóstomo ]
Posted in CAIXA POSTAL, Uncategorized on Jul 17th, 2012
árvore velha à janela do hospital me parece que já escutou bem mais prece que a capela
Posted in Uncategorized on Jul 15th, 2012
sobra essa ardência funda que molha tudo quanto penso minúsculo grão de areia no olho incomoda imenso a música avisa que acaba menos pra quem pouco alcança silêncio no mar é alto volta e vem em ondas vagas a dança da vida é longa contudo há quem curta pacas sinto […]
Posted in CAIXA POSTAL, haiquase / senryu / tanka, Uncategorized on Jul 14th, 2012
nem cristo salva o sol do amor redentor da estrela dalva
Posted in 100seleta, haiquase / senryu / tanka, Uncategorized on Jul 12th, 2012
lâmpada fria fia-te luz do dia tarde da rua a lua late antes da light havia a via láctea
Posted in CAIXA POSTAL, haiquase / senryu / tanka, Uncategorized on Jul 7th, 2012
dia tão lindo que as samambaias choronas estão sorrindo
Posted in Uncategorized on Jul 6th, 2012
de A a Z tudo é seu nome que eu não sei ler no caos da fome
Posted in 100seleta, Uncategorized on Jul 3rd, 2012
com quantos dedos se fez carne meu poema ? pra caber entre os seis medos da sua mão pequena
Posted in 100seleta, Uncategorized on Jun 26th, 2012
depois do rei morto deposto a resposta é só não sei a alma é sem lei sem porto o amor é um deus sem rosto
Posted in Uncategorized on Jun 23rd, 2012
volto ao jasmim mas que bobagem as rosas não falam as rosas exilam o perfume que roubas de mim
Posted in Uncategorized on Jun 18th, 2012
da feia e tosca taça cheia de graça que tateia vazia no escuro em busca do homem puro . . .
Posted in Uncategorized on Jun 16th, 2012
já que a cada hora seu mundo me esquece jogo fora um poema a seus pés mudos como uma prece tudo aqui agora mas você nem lembra mais da minha poesia nossa grande obra olha só que pena como acreditasse que a comprida sombra de uma fé pequena poderia ainda salvar o […]
Posted in 100seleta, Uncategorized on Jun 13th, 2012
era uma vez a noite lenta que não termina vou te contar a minha lenda é muito fina trama tão rara não se desvenda nua de cara teço o que penso quase em silêncio lenço por lenço dispo a retina com que me olhas suspenso com a maciez sutil […]
Posted in Uncategorized on Jun 13th, 2012
um anel de fumaça traça o tamanho estranho do meu mundo entranho o espaço e não me alcanço o fundo sequer um instantâneo
Posted in haiquase / senryu / tanka, Uncategorized on Jun 11th, 2012
fora tudo gris , dentro aponto céus anis da cor de um lápis . foto: mercedes lorenzo
Posted in 100seleta, Uncategorized on Jun 9th, 2012
quase dia a meia-lua ronda à tonta e não dá conta da fase que me permeia: não sei se mínguo ou se cresço metade sou meio nova dois terços tô mais que cheia subo e desço um pé na areia um na cova
Posted in Uncategorized on Jun 4th, 2012
deus deu adeus alá ralou brahma bebeu buda debandou oxalá se exilou e zeus se escafedeu vi meu olho na TV e o ateu não crê que sou eu
Posted in Uncategorized on Jun 3rd, 2012
peço conselhos a um velho sábio e violento invento o futuro : jogo de espelhos no céu distante ; a norte a sorte a sul o firmamento ; poente a oeste a leste o nascimento ; ao tempo a morte a marte o movimento meço o instante obscuro e lábil com astrolábio e sextante […]
Posted in Uncategorized on May 29th, 2012
tudo o que sei do corpo é que é preciso e digo isso num sentido vário de necessário a se saber sentido salgado quente ardido fá vermelho e ainda pelo mistério do perfeito mísero gozo que nos arrebata mas que não mata antes da hora exata
Posted in Uncategorized on May 24th, 2012
no seu céu meu mar sua meu sou na sua minha lua agúa no seu lençol
Posted in Uncategorized on May 22nd, 2012
no céu ontem sol havia hoje tem só avião amanhã quem sabe o dia? a vida avoa e pra tudo avia solução
Posted in Uncategorized on May 20th, 2012
em terra sou macambúzia o mar berra em minha orelha o olvido me afoga um canto de sereia em cada guelra
Posted in Uncategorized on May 18th, 2012
o arrepio gosta de montar a pelo , na pele o cheiro é o apelo que encosta primeiro … o desejo é um bicho brabo: abana o rabo, dá um coice e foi-se, um beijo. Poemas feitos para o ebook Cavalos de […]
Posted in 100seleta, Uncategorized on May 16th, 2012
mais busco o silêncio que se desprenda como um furo estreito da renda como o final brusco da música a falta de ar súbita o vazio perfeito diante do imenso no oceano deserto uma única ilha essa falta filha da puta . foto: mercedes lorenzo […]
Posted in Uncategorized on May 15th, 2012
ardor fia amor tece a dor corta em linhas certas minha moira torta
Posted in 100seleta, Uncategorized on May 13th, 2012
vivo onde o tempo faz a curva e nem sei mais onde a chuva começa onde cessa o mar que me atravessa
Posted in 100seleta, Uncategorized on May 7th, 2012
o desejo não usa a porta entra pela fresta , faz festa não se comporta pulsa e aperta abusa e a blusa aberta
Posted in Uncategorized on May 6th, 2012
contra ouro de tolo a pedra de toque : desaforo? aumenta que é rock .
Posted in Uncategorized on May 5th, 2012
esta vida é o circo das mudanças não há paz na zona das circunstâncias mas na viga mestra que liga a lona .
Posted in Uncategorized on May 4th, 2012
profissão: neologista , invento o verbo que me exista .
Posted in 100seleta, CAIXA POSTAL, Uncategorized on May 4th, 2012
a manhã fria me fere , o dia adere à pele por teimosia .
Posted in Uncategorized on May 3rd, 2012
, trem na estação tro cada inferno, um verão na praia errada , tempo frio, estar são do abandono: outono ou nada , calor não é flor que se espera, dá de prima e à vera …
Posted in 100seleta, Uncategorized on May 1st, 2012
a madrugada é escura uma aurora prematura uma noite que dura além da hora é uma draga uma agrura é uma maga obscura é uma ruga que chora uma drogada é a mágoa rogada é a jura é a água pura da mulher amada [ arquivo em audio >> a mandragora ]
Posted in Uncategorized on Apr 29th, 2012
no vidro o sereno cintila um brilho fraco o dia escorre ameno da noite escura na vida o que é luz nunca morre nem perdura : sol, logo duvido menos do buraco negro da pupila que procura .
Posted in Uncategorized on Apr 25th, 2012
perder o ar as águas o ferro o fogo o chão perdoar é perder o jogo e poder pedir perdão .
Posted in Uncategorized on Apr 25th, 2012
o mistério da trindade resolvemos assim: dou 3 sem sair de mim .
Posted in 100seleta, Uncategorized on Apr 23rd, 2012
olho pro lado: ninguém por perto , disfarço e aperto um fraseado .
Posted in haiquase / senryu / tanka, Uncategorized on Apr 21st, 2012
meu sacro ofício: lazer do ócio um templo sagrado ao amplo
Posted in Uncategorized on Apr 20th, 2012
depois da poda pode dar (pois!) florada e a enforcada de tão partida quem sabe a corda a força par ida em dois ?